Músico diz que espera ver em SP empolgação 'de antigamente'. Banda grunge dos anos 90 estreia no Brasil, no Lollapaloza, em abril.


Baixista do Soundgarden desde 1990, Ben Shepherd admite que gostaria de ter vindo ao Brasil antes, mas não dá explicações para a demora. “Problemas de agenda. Sei que temos muitos fãs aí e estou ansioso. Deveríamos ter ido já nos anos 90, mas simplesmente não aconteceu”, diz o músico. Ele finalmente virá ao país em 6 de abril, quando sua banda será uma das atrações do festival Lollapalooza, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Mas nem todos virão. O baterista Matt Cameron anunciou que não vai acompanhar o Soundgarden este ano porque quer se dedicar à sua outra banda, o Pearl Jam. Shepherd brinca com o assunto, e garante não se preocupar. “Vamos arranjar um daqueles bonequinhos de corda, aqueles brinquedos de corda de um macaquinho com címbalos, vamos fazer isso (risos). Não, falando sério, ainda não escolhemos um substituto", conta.


O bom humor do baixista reflete sua alegria pela reunião do Soundgarden após um intervalo de 13 anos. “Sempre quis tocar com esses caras, eu nunca quis que a banda acabasse, para começo de conversa. (Quando aconteceu) eu fiquei meio que flutuando. Porque eu tinha esse único foco, esse emprego que eu adorava. Fazia aquilo com meus amigos e éramos bons, era divertido e gratificante. Mas, então, de repente tudo se foi. Então é claro que você fica com essa sensação de estar perdido. É como se alguém cortasse uma corda e você ficasse flutuando. À deriva”, lembra. Por isso, quando surgiu a oportunidade de voltar à banda, em 2010, ele não pensou muito antes de deixar de lado o disco solo que estava gravando na época, e que só lançou no ano passado. “Sim, deixei em segundo plano porque o Soundgarden era prioridade”, confirma. E o retorno, segundo ele, foi tão bom quanto esperava. “Foi absolutamente fácil. Como se o tempo não tivesse passado. A mesma química, o mesmo ‘clique’. A mesma empolgação em ver o que os caras fariam”, explica.

E, apesar de satisfeito com o resultado do disco “In deep owl”, de  2013, Shepherd não se preocupa em seguir carreira solo. Deixa claro o quanto prioriza sua banda. “Quando você escreve sozinho e para si mesmo, é a única pessoa a checar e avaliar tudo, então tem que pegar pesado consigo mesmo. E, com uma banda... posso confiar nos caras, que eles vão usar seus melhores gostos e habilidades. Com o Soundgarden, existem outros três compositores, podemos seguir em várias direções”, explica, empolgado.
Seria, então, o caso de aguardar um novo disco do Soundgarden? “Vamos começar a trabalhar em um disco novo no ano que vem, mas não, não sei quando. Você não pode dizer que quer construir um castelo ou quando ele vai ficar pronto. Não podemos inventar uma data e depois não cumprir. Estamos mais preocupados em arranjar tempo para nos reunirmos com músicas novas e começar a gravá-las, não em quando elas serão lançadas”, enrola o baixista.







Comentários

Postagens mais visitadas