Câmeras foram colocadas no chão em tributo a Santiago Andrade. Cinegrafista teve morte cerebral; imprensa o aplaudiu por um minuto em ato.


Jornalistas de vários veículos da imprensa oficial e de mídias independentes se reuniram no fim da tarde desta segunda-feira (10) na Candelária, no Centro do Rio, para homenagear o repórter cinematográfico Santiago Ilídio Andrade, 49 anos, que teve morte cerebral nesta manhã após ser atingido por um rojão enquanto fazia a cobertura de um protesto. Câmeras fotográficas e filmadoras foram colocadas no chão e, em seguida, uma salva de palmas saudou a memória do profissional. "Poderia ter sido com qualquer um de nós", lembrou um dos jornalistas que participou do ato.


Da Candelária, os profissionais da imprensa seguiram para a Central do Brasil para registrar mais uma manifestação popular contra o aumento das tarifas de ônibus no Rio. Ao chegarem no exato local onde Santiago foi atingido, fizeram uma roda e prestaram nova homenagem.
A concentração estava marcada para acontecer no Largo Duque de Caxias, ao lado da Central, palco do ataque sofrido por Santiago Andrade. Ele foi atingido na cabeça por um rojão disparado por manifestantes. "Vamos nos proteger e proteger uns aos outros", disse um dos jornalistas antes de seguirem todos para a cobertura.


O cinegrafista da TV Bandeirantes foi atingido na cabeça por um rojão quando registrava o confronto entre manifestantes e policiais durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus, no Centro do Rio. Nesta segunda, ele teve constatada a morte cerebral.
Andrade sofreu afundamento do crânio e foi submetido a uma cirurgia após ser levado para o Hospital Souza Aguiar. Desde então, estava em coma induzido no Centro de Terapia Intensiva da unidade.

Homem do rojão foi reconhecido 

O delegado Maurício Luciano vai pedir na noite desta segunda-feira (10) a prisão temporária do homem responsável pelo lançamento do rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, durante a cobertura do protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Centro do Rio, na quinta-feira (6). A informação foi adiantada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil e confirmada pelo delegado em entrevista coletiva.
Maurício Luciano levou uma foto do homem que lançou o rojão até Fábio Raposo, que está preso após admitir ter passado o artefato ao suspeito. No Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, Raposo reconheceu o autor do disparo. Os dois vão responder por homicídio doloso qualificado, pelo uso de artefato explosivo, e também pelo crime de explosão. Se condenados, a pena pode ser de até 35 anos de prisão.






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