Lucas Silveira fala sobre a carreira e os 15 anos da Fresno


Em 2014, a Fresno completa 15 anos. Nascido em Fortaleza-CE e criado nas ruas do Bairro São Geraldo, em Porto Alegre, Lucas Silveira, vocalista da banda, mora desde 2006 em São Paulo. Em entrevista exclusiva ao Pah!, o cara, que é um dos padrinhos do Canto Livre Estudantil, relembra como tudo começou e os desafios da carreira de músico.


Omega – Como é ver a Fresno completar 15 anos em 2014?

Lucas – Eu esperava muito pelos 15 anos da banda. Uma data redonda permite fazer muita coisa. Hoje existe uma grande peneira para um artista se transformar em alguém. É comparável ao lance de ser um jogador de futebol. A gente conseguiu passar por todas essas etapas. É muito louco saber que a gente chegou tão longe. Nós estamos vivendo o sonho.

Omega – No início dos anos 2000, vocês foram visionários nessa história de compartilhar música na internet. Aquilo foi uma sacada ou acidental?

Lucas – Não tivemos uma sacada. Eu tinha 17 anos e a internet começava a ser um pouco mais democrática no Brasil. Não era um cara rico, demorei a ter meu primeiro computador. Em 2000, comprei o meu primeiro micro e comecei a participar de salas no mIRC. Como não existia rede social, era ali que as coisas aconteciam. A internet nos impulsionou para o grande público. Para manter essa galera, estamos sempre pensando em coisas.

Omega – Como foi quando tocou a primeira vez a música de vocês na rádio?

Lucas – Eu tava na praia, de carro com os caras da banda. Quando nos demos conta, estava tocando Onde Está… Abrimos o vidro e cantávamos bem alto. Sempre curti o Planeta Atlântida e ouvir na rádio que eu era fã foi sensacional.

Omega – E a mudança para São Paulo?

Lucas – Moro lá desde 2006. Quando eu fui para lá, rolou um fascínio. Tudo acontece por lá. Fomos morar todos juntos em um flat. Na real, nem podia ficar tanta gente no mesmo lugar e nós fazíamos de conta que alguns eram visitas. Depois, em 2007, nos mudamos para uma casa onde ficamos juntos por um ano e meio. Rolou muita festa nessa casa. Foi um período de libertação.

Omega – Pensa em morar fora do país?

Lucas – Sempre que eu fico meio desanimado da vida ou do mercado, eu pinto isso como um plano B. Daí eu penso: “nunca as coincidências que levaram a banda a ser alguma coisa no Brasil vão se repetir em outro lugar do mundo”. Hoje temos uma mensagem que as pessoas se identificam. Meu plano é ficar na Fresno para sempre. O que temos no
Brasil é muito valioso.

Omega – O que acha de concursos musicais como o The Voice e o Canto Livre Estudantil?

Lucas – Acho que é um caminho. Ali, eles procuram alguém com uma voz bonita. Ter isso não significa que a pessoa é um artista que vá brilhar na hora. É uma vitrine grande e muitos cantores que participam disso têm oportunidade de mostrar um trabalho f#d@. Vencer ou perder é uma coisa que não quer dizer nada. Quem vence, tem um empurrão, mas não garante nada. Depois disso, é o cara que deve seguir o seu caminho e fazer aquilo ali valer.

Omega – Que dica você daria para a galera que está começando?

Lucas – Um artista, um pintor, um escritor precisa saber lidar com o fracasso. Isso é muito mais comum do que o sucesso. Tem muitas coisas que eu planejo que não dão do jeito que eu queria. Ao mesmo tempo, existem outras que eu nem esperava que dessem certo e explodem. No começo, às vezes, por falta de recurso, tu não tens nem como gravar uma música. A tecnologia está aí para ajudar. Tudo o que eu aprendi de produção musical foi através do YouTube. Hoje, se tudo desse errado, eu conseguiria gravar o meu próprio disco com um laptop. Não tenha medo de errar. Uma pessoa que não fracassa, é uma pessoa que não tenta.


O clipe onde tudo começou...







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