Raimundos lança novo CD, financiado por fãs, após 12 anos de jejum



“Lavô tá novo”. A expressão que estampou a capa do segundo disco dos Raimundos, em 1995, cai como uma luva para explicar o atual momento da banda. No ano em que completa duas décadas de estrada, o quarteto brasiliense brinda os fãs com “Cantigas de roda”, o primeiro CD de inéditas após 12 anos de jejum. Com um som pesado e veloz, mesclado por nuances de metal e punk, o trabalho mostra que os roqueiros ainda estão em forma e não perderam a personalidade que fez a banda explodir nos anos 90.
— A gente tem frequentado a academia — brinca o baixista, Canisso, hoje com 48 anos: — Até tentamos fazer um Metallica, mas saiu Raimundos. A gente só sabe tocar desse jeito. O tempo passou, mas o DNA é o mesmo.
Logo de cara, o novo disco traz um petardo, “Cachorrinha”, seguido da balada “Baculejo” e da ousada “Gato da Rosinha”, que servem de inspiração para ouvir as nove faixas seguintes.
O álbum foi produzido de forma independente através de uma plataforma de financiamento coletivo, na internet, que arrecadou R$ 123.278. E quem contribuiu com o projeto não deve ter se decepcionado com o resultado, já que a banda exibe um fôlego invejável para quem ficou tanto tempo sem trazer novidades ao mercado.

— A gente recuperou a trajetória aos poucos, fazendo turnês com a equipe enxuta. Chegamos a fazer show levando só o técnico de som, justamente para recomeçar, passar pelos perrengues de banda iniciante — explica Canisso.
A experiência serviu para consolidar o quarteto, que teve diversas formações ao longo de sua história. Em 2001, o vocalista Rodolfo deixou o grupo, ao se converter à igreja evangélica. No ano seguinte, quem saiu foi Canisso, que só voltou em 2005, quando o baterista Fred pulou fora. A atual cara do quarteto, com Digão (vocal), Marquim (guitarra), Caio (bateria) e Canisso, só se firmou em 2009.
— Esperamos chegar a hora certa e, quando fomos para o estúdio, vimos que essa formação ia render — conta o baixista, que garante não guardar rancor de Rodolfo, com quem a relação ficou estremecida no passado: — Hoje somos todos quarentões respeitáveis. O tempo acaba com as rusgas.





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