Em entrevista, cantora e ex-atriz de ‘Gossip girl’ comemora o sucesso de sua banda, The Pretty Reckless


Dentre os desafios profissionais que Taylor Momsen encarou, houve a carreira como atriz mirim, o dilema de seguir uma profissão que já não a agradava mais e a saída de “Gossip girl”, série na qual tinha papel de destaque. Mas são águas passadas. Após lançar em março “Going to hell”, segundo álbum de sua banda, The Pretty Reckless, ela definitivamente se vê fora das telas – especialmente após chegar ao primeiro lugar das paradas com o single “Heaven knows”.

Aos quase 21 anos (que completa no final de julho), a jovem loura está em turnê com a banda para promover “Going to hell” e promete voltar ao Brasil até o próximo trimestre. Em entrevista concedida ao GLOBO, por telefone, Taylor deixa claro que a imagem de patricinha de Jenny Humphrey, garota-problema de “Gossip girl”, acabou superada pelas roupas pretas, a maquiagem pesada e a sensualidade gótica que ostenta na vida real.

— Nunca vou voltar (a atuar). Deixei isso há cinco anos e não olho para trás. Sempre achei que a música fosse o meu sonho. Eu me sentia como uma musicista atuando em uma série de TV. É um bom trabalho, claro, mas não era a minha paixão. Agora tenho a possibilidade de viver isso. Havia quem me visse como uma atriz que estava gravando um disco. Demorou algum tempo (para mudar).

Após o álbum de estreia, “Light me up”, de 2010, ela se dedicou cada vez mais à música. “Going to hell”, lançado no Brasil pela Lab 344, mostra um Pretty Reckless ainda mais pesado que no primeiro disco. Recentemente, ela teve a oportunidade de tocar com a roqueira Joan Jett. Apesar de negar que a guitarrista e cantora influencie diretamente a sonoridade do Pretty Reckless, Taylor comemora a parceria.

— Canto o que canto (risos). Não tento imitar ninguém porque isso não funciona. Existe uma grande quantidade de bandas que eu amo, mas tentamos ser originais no que fazemos — assegura. — Joan é incrível e uma pessoa muito legal. Foi uma grande experiência tocar com ela. Ficamos amigas e tudo!

Taylor conta que compôs o primeiro álbum aos 14 anos e o segundo, já por volta dos 20, "mais madura". Autora de canções como a faixa-título do disco, “Follow me down”, “F*cked up world” e a própria “Heaven knows”, seus temas mais comuns envolvem perda e degradação. E rejeita os rótulos musicais com a mesma força que ignora os pudores: ainda se despe, seja em clipes, no palco ou na capa do último disco. O novo álbum tem uma série de referências sexuais, mas ela diz que não está tentando "transformar isso numa causa".

— Não vejo essa questão da sexualidade como algo controverso, uma polêmica. A capa de "Going to hell", por exemplo, representa como viemos ao mundo, e que chegamos e partimos da vida com nada, a não ser nossa alma — garante ela, que não se considera uma espécie de feminista. — Vivo da minha própria maneira e não cheguei a prestar atenção às críticas. Felizmente, não ligo para isso.




Em 2012, o Pretty Reckless veio ao Brasil, país que Taylor jura ser um de seus preferidos, e promete voltar ainda este ano – ainda sem data definida. A cantora lamenta não ter cumprido a promessa que fez há dois anos: de que tomaria caipirinha e curtiria as praias do Rio de Janeiro.

— Estaremos de volta, com certeza. Vou assegurar que isso aconteça — garante. — Pus meus pés na areia por cerca de uns dois segundos (risos). Isso foi por volta de cinco da manhã, tínhamos que sair muito cedo. Acabei não tendo tempo de fazer nada. Espero que, desta próxima vez, seja diferente.

Sempre muito engajada com os fãs — seja pelas redes sociais, fazendo poses insinuantes com eles, ou chamando-os para o palco —, Taylor não costuma se envolver em polêmicas como os meet & greets de Avril Lavigne e Justin Bieber. Os canadenses foram criticados por cobrarem caro por encontros com os fãs e mal chegarem perto dos pagantes.

— Não fiquei sabendo desta questão (envolvendo Avril Lavigne), mas acho que entendo este lado dela. Sendo um artista, você tem que estar um pouco protegido. Os fãs são ótimos, mas há sempre um ou dois que são mais loucos — brinca. — Acabei ficando um pouco mais receosa por conta disso também. Eu já tive o meu cabelo puxado até sangrar! As pessoas podem acabar perdendo a noção e temos que ser um pouco cautelosos.

Esta cautela que a cantora prega parece fazer parte de sua maturidade, agora que está chegando à maioridade. Perguntada sobre quem ela se considera, atualmente, Taylor reforça que os dias de menininha ficaram para trás.

— Eu diria que Taylor Momsen é uma menina que faz parte de uma banda, cara (risos)! Alguém que tem a canção número 1 de rock na América, o que é uma coisa louca — sugere. — Acho que estou mais madura, mas também meio louca da cabeça. Outro dia cortei meu cabelo e a orelha junto! Mas acho que eu bebia mais quando era adolescente do que agora. Até bebo uma taça de vinho e tal, mas não sou uma pessoa festeira.






Comentários

Postagens mais visitadas