Caio Blat lança 'Entre nós' e afirma que filme 'dá tapa na cara dos jovens' Drama sobre classe média alta tem Woody Allen como referência, diz ator. Com Carolina Dieckmann, longa está na Mostra de SP e estreia em 2014.


O argumento de "Entre nós", longa-metragem que ganhou três prêmios no Festival do Rio e, nesta quarta-feira (30), tem sua última sessão na Mostra Internacional de Cinema de SP, nasceu há sete anos, quando o cineasta Paulo Morelli e seu filho Pedro tiveram vontade de "fazer um filme no sítio". A ideia foi desenvolvida pelos dois até se transformar na obra que deve entrar no circuito comercial no dia 28 de março de 2014.

Em entrevista , Morelli, diretor de "Cidade dos homens" (2007), conta que o filme "não seria o que é se não fosse feito com Pedro". "Cada cena ele ia lendo e comentando. Nas filmagens, ele ficou muito próximo da parte da câmera, enquadramento. Ele se envolveu mais intensamente com a estética", diz.
O elenco formado por Carolina Dieckmann, Maria Ribeiro, Julio Andrade, Paulo Vilhena, Martha Nowill e Lee Taylor somente foi fechado por Morelli após a escolha de Caio Blat no papel do protagonista Felipe. "Fizemos muitos ensaios e testes, com vários atores para vários papéis. O principal critério de escolha foi melhor atuação. Depois vimos que importava para o filme o grau de intimidade e amizade que esses atores tinham entre si na vida particular", afirma.
A trama se passa em duas datas específicas: Em 1992, quando um grupo de amigos de classe média alta se reúne em uma casa de campo e decide escrever e enterrar cartas para serem abertas dez anos depois; e em 2002, quando eles se reencontram após uma tragédia. Ao G1, Caio Blat diz que "Entre nós" é "como se fosse a vida real dando um tapa na cara desses jovens". "São pessoas que se divertiam, se beijavam, viviam aquele sonho, e, de repente, alguém tem um filho, outro é fracassado, outro não conseguiu emprego", conta.


"O filme também mostra o primeiro momento em que um grupo de atores, que se conhece há muito tempo, percebe a passagem do tempo. Você percebe que eu já não sou mais um garoto, que a Carol e a Maria já têm as primeiras marquinhas do tempo. Isso é muito bonito. Queremos muito continuar esse filme para mostrar como seremos aos 45 anos", diz o ator, de 33, que revela já estar discutindo uma sequência de "Entre nós" com a O2 Filmes.
Sobre trabalhar novamente com sua mulher Maria Ribeiro, com quem já contracenou em "Histórias de amor duram apenas 90 minutos", Blat diz que foi "um sonho, um privilégio". "Ela arrisca e tem ideias incríveis".

Leituras e ensaios
O que atraiu Blat para o filme foi a densidade do personagem. "Ele é bem profundo e complexo. Guarda uma mentira, um segredo, há mais de dez anos. Eu tive uma missão muito especial nesse filme, que foi a de carregar o suspense da trama".
Responsável também pelo roteiro, Morelli conta que os atores tiveram participação fundamental na construção das cenas, em relação aos detalhes e diálogos, deixando-as "mais fluidas". "Um mês antes das gravações, ficamos por duas semanas na locação [Serra da Mantiqueira]  apenas elenco, eu, Pedro, o preparador de elenco. Fizemos todo aquele processo de exercício, aquecimento. A gente ensaiava, discutia, e lia, no lugar onde as cenas iam ser filmadas", diz.
Caio Blat afirma que "Entre nós" tem como referência cineastas americanos como John Cassavetes e Woody Allen. "Não há muito filmes brasileiros nessa linha de um grupo de jovens da classe média alta, discutindo assuntos contemporâneos, como eleição do Lula e Copa do Mundo. É um filme diferente do painel do atual cinema brasileiro, mas o legal é essa diversidade. Temos comédia, documentários, musicais, suspense", complementa.






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