Briga! Rafinha Bastos chama Bruno Mazzeo de “bundão” Humoristas discutem na rede social por causa da liberdade de expressão
O assunto da semana entre os humoristas foi o show de stand-up Proibidão, que aconteceu em São Paulo, e virou caso de polícia.
Danilo Gentili, Alexandre Frota, Fábio Rabin, Luiz França e Felipe Hamachi apresentaram o espetáculo na noite de segunda-feira (12), Kitsch Club. O evento, como o nome sugere, teria somente piadas e comentários de gosto duvidoso, pois eram somente sobre afrodescendentes, deficientes e homossexuais.
O músico Raphael Lopes, que trabalhada no local, foi chamado de “macaco” durante uma piada feita pelo humorista Felipe Hamachi. Diante da situação, chamou a polícia e o caso, agora, virou polêmica.
Diante do escândalo sobre o assunto, Bruno Mazzeo, ator, humorista e filho de Chico Anysio, resolveu se manifestar sobre o assunto.
Em sua página no Facebook escreveu uma carta aberta sobre o caso.
“Há muito tempo eu vivi calado, mas agora resolvi falar. Os caras do stand up são muito unidos, tanto na hora de falar o que quiserem, quanto na hora de se revoltar quando sofrem críticas. O termo “politicamente incorreto” virou salvo conduto para se acharem no direito de falar qualquer coisa. E, quando criticados, se unem para dizer que há censura. Não há. Censura é não poder falar. E todos eles podem falar o que bem entenderem, tanto que andam fazendo isso, aqui e ali, em bares e no Twitter. Desculpem-me todos, mas chamar um negro de “macaco”, como fez o rapaz semana passada em Sampa, o que gerou até policia, não tem nada a ver com humor. Não tem crítica, como necessita o humor. Não tem graça, como necessita mais ainda o humor. É apenas agressividade. Como foi com a piadinha de Auschwitz tempos atrás. Como são todas as (mesmas de sempre) que vivem fazendo com Preta Gil, por exemplo. Se eu mandar meu síndico “tomar no cu”, não estarei sendo politicamente incorreto. Estarei apenas sendo mal-educado."
Rafinha Bastos, apresentador do futuro Saturday Night Live (RedeTV!), sentiu as dores de seus colegas de stand-up e se pronunciou.
Também no Facebook, o humorista escreveu uma carta em defesa aos seus amigos.
“Não gostarem da piada, acho justo. Processarem o comediante, acho justo. Odiarem a família dele, acho justo. Mas pegue o meu exemplo. Estou:
- Proibido por lei de fazer certos comentários sobre determinados grupos de pessoas;
- Perdendo processos judiciais;
- Ameaçado de ir parar na cadeia (sim, essa possibilidade ainda não está descartada).
Você não acha que é preciso fazer uma análise profunda sobre a questão da liberdade de expressão?
Teu texto atenta contra a tua própria profissão, amigão.
Não julgo se a piada foi boa, ou não. Piadas precisam de contexto e só quem tem isso é quem estava no local, mas venho aqui dar o meu apoio ao comediante Felipe Hamachi.
Acerte, erre, mas não seja Bruno Mazzeo, digo, bundão.”
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