GIRO DE NOTICIAS
México dificultou investigação sobre estudantes, dizem especialistas
Um painel de especialistas internacionais acusou neste domingo (25) o governo do México de não cooperar plenamente com sua investigação sobre o destino de 43 estudantes, aparentemente massacrados em 2014, o caso mais notório de violação de direitos humanos no México nos últimos anos.
Os estudantes sumiram na madrugada de 26 de setembro de 2014 quando viajavam de ônibus pela cidade de Iguala, vizinha a Ayotzinapa, onde estudavam na escola Normal Rural.
O painel independente de especialistas (GIEI) disse que táticas do governo os impediram de alcançar a verdade, enquanto encerra os trabalhos e prepara-se para deixar o México.
O gabinete do procurador-geral, segundo eles, não deixou que eles entrevistassem novamente detidos acusados do crime ou que eles obtivessem outras informações em tempo hábil. Os promotores, enquanto isso, não perseguiram ângulos de investigação que os especialistas tinham sugerido.
"Os atrasos na obtenção de provas que poderiam ser usados para descobrir possíveis linhas de investigação se traduzem em uma decisão (de permitir) a impunidade", disse o relatório dos peritos, encomendado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, disse.
O caso macabro destacou a impunidade profunda que reina em muitas partes violentas do México e manchou a reputação do presidente Enrique Peña Nieto.
Nesta segunda, parentes dos estudantes desaparecidos se reuniram e exigiram das autoridades, mais uma vez, o paradeiro dos jovens.
O grupo também indicou no relatório que há fortes evidências de que a polícia torturou alguns dos suspeitos-chave que foram presos em ligação com o caso. Segundo o grupo, o estudo de 17 dos 123 suspeitos presos no caso mostraram sinais de espancamentos, incluindo em alguns casos, dezenas de hematomas, cortes e arranhões.
Um suspeito disse que quase foi asfixiado com uma sacola plástica, e análises médicas mostraram que outro suspeito foi agredido na orelha de maneira tão forte que seus tímpanos estouraram e os ouvidos sangraram.
Recentemente o governo mexicano divulgou documentos sugerindo que investigações contra a polícia e os militares foram abertas, mas autoridades não responderam a pedidos sobre se algum oficial teria sido preso ou acusado.
A procurador-geral para direitos humanos, Eber Betanzos, disse que autoridades estão investigando queixas apresentadas por 31 pessoas que disseram terem sido torturadas e que seis casos criminais foram abertos.
Betanzos chamou o caso de "a investigação mais exaustiva na história da aplicação das leis mexicanas".
Cardeal francês reconhece 'erros' sobre padres pedófilos
O cardeal Barbarin, arcebispo de Lyon confrontado a um escândalo de pedofilia e agressões sexuais em sua diocese, reconheceu nesta segunda-feira (25) "erros na gestão e nomeação de alguns padres", segundo um comunicado.
Esta declaração foi feita após uma reunião do clero de Lyon, com a participação de 20 padres.
Uma vítima do padre Bernard Preynat, que foi acusado no fim de janeiro após reconhecer ser culpado de várias agressões sexuais cometidas entre 1986 e 1991 contra escoteiros, testemunhou nessa reunião.
Figura influente da Igreja Católica na França, o cardeal Barbarin, de 65 anos, é alvo de uma investigação judicial por não denunciar agressões sexuais.
Barbarin afirmou em meados de março que nunca acobertou nenhum ato de pedofilia e que quando soube dos incidentes os casos já haviam prescrito.
Cinco outros casos de agressão sexual ou pedofilia ligados a diocese de Lyon surgiram desde então. E outros casos foram relatados na Guiana e em Loiret (centro).
"O cardeal reconheceu que a diocese tinha cometido erros na gestão e nomeação de alguns sacerdotes", ressalta o comunicado publicado nesta segunda-feira.
"Verificou-se que falhamos na nossa obrigação de investigar, de procurar a verdade", disse em uma coletiva de imprensa o arcebispo Yves Baumgarten, vigário geral da diocese.
A Igreja francesa anunciou recentemente várias medidas para combater a pedofilia e se comprometeu a esclarecer completamente todos os casos de agressão, inclusive os antigos, após as polêmicas geradas pela gestão das denúncias pela hierarquia eclesiástica.
Neste contexto, anunciou a criação de uma célula de atenção e de uma comissão nacional independente, presidida por um leigo.
O drama da menina paraguaia 'torturada e morta' que comoveu a Bolívia
A menina paraguaia Tatiana Barreto, de 3 anos, havia ido passar três meses de férias com sua mãe na Bolívia, mas jamais voltou para casa. Tatiana morreu depois de lesões que parecem decorrente de tortura e agressões físicas graves, segundo um laudo forense.
O caso aconteceu no ano passado e provocou comoção na Bolívia e no Paraguai, mas ainda não foi plenamente solucionado pela Justiça.
Segundo o laudo da morte dela, a garota teve edema cerebral, hemorragia, um traumatismo craniano e lesão nos seus centros nervosos superiores. Além disso, ela apresentava traumatismos no tórax, no abdômen, costelas quebradas, vestígios de agressões no rosto e em todo o corpo, além de estar sem se alimentar muitas horas antes de morrer.
Havia também marcas no pescoço que sugeriam tentativa de estrangulamento. “Trata-se de uma morte violenta por intervenção de força externa lesiva”, concluiu o exame forense.
Os principais suspeitos da morte de Tatiana são sua mãe, Fátima Velásquez, e o atual marido dela, Rubén Graff, a quem a garota havia ido visitar por três meses. Os dois foram presos preventivamente em La Paz – mas alegam inocência.
O pai da menina, Óscar Barreto, não pôde se despedir da filha no Paraguai, terra natal dela. Isso porque, por conta do imbróglio judicial do caso, Tatiana acabou sendo enterrada na Bolívia.
“Minha filha foi maltratada e torturada antes de morrer”, disse ele à BBC.
Já a mãe de Tatiana alega que também “é vítima” e diz que a filha morreu após ter caído de uma escadaria. “Eu quero te dizer que eu não estava naquele momento (da morte de Tatiana). Minha filha é uma vítima e eu sou uma vítima da mesma forma. É injusto que eu esteja presa", disse Fátima Velásquez em setembro de 2015.
Ela e o marido são acusados de infanticídio, crime que prevê pena de até 30 anos de prisão, sem direito a indulto.
A BBC tentou falar com a defesa de Velásquez, mas não obteve resposta.
Segundo Óscar Barreto, Tatiana viajara à Bolívia para passar um tempo com sua mãe biológica.
“Eu apenas a enviei (em uma viagem) de férias. Faltavam sete dias para ela voltar quando morreu”, afirmou o pai.
Ele diz que, no Paraguai, sua filha o acompanhava na academia que ele administra e que era uma garota “feliz e extrovertida”.
“Minha irmã era com uma mãe para ela, e minhas sobrinhas estavam com ela em todo lugar, na dança, na natação, na igreja...”
O pai alega ter decidido autorizar a viagem de Tatiana por insistência da mãe e que nunca havia imaginado que isso custaria a vida de sua filha.
Agora, ele diz acreditar que os meses que a menina passou em La Paz foram “um pesadelo” e que ela apanhava constantemente da mãe e do padrasto. "Eu sei que ela (Tatiana) iria me contar sobre os maus-tratos e as torturas que sofreu", declarou.
Barreto diz que viu uma foto de Tatiana durante o período que ela passou com a mãe na qual seria possível ver as marcas de hematomas no rosto e na boca da garota.
O pai conta com o apoio de duas advogadas voluntárias na Bolívia, Ninoska Durán e Roxana Pérez del Castillo, que acompanham o caso.
A Defensoria da Infância, instituição pública dedicada à proteção de menores da prefeitura de La Paz, disse à BBC que o caso de Tatiana "com certeza se trata de infanticídio”.
“O laudo e as investigações do Ministério Público são claros. É uma menina que chegou a passar algum tempo na Bolívia e sofreu violência física, psicológica e violência por negligência”, disse a chefe da entidade, Inés Aramayo.
Ela explica que o corpo da garota não pôde ser enviado ao Paraguai por causa das ações judiciais que correm na Bolívia contra a mãe dela.
Os representantes legais de Fátima Velásquez pediram que o corpo de Tatiana seja desenterrado para que possa ser feita uma necrópsia, com o objetivo de confirmar algumas conclusões do laudo.
A mãe da menina usou seu direito de permanecer em silêncio durante as audiências públicas e não se manifestou mais sobre o caso.
“O corpo de minha filha está sequestrado, mas nós vamos até ao fim. Os advogados me disseram que o julgamento vai ser muito doloroso para mim, mas não importa. Que ela sirva de exemplo. É uma dor que não desejo a ninguém", disse Barreto.
Canadense refém de grupo extremista é morto nas Filipinas
Um canadense que era feito refém do grupo filipino extremista Abu Sayyaf, que jurou lealdade ao Estado Islâmico, foi morto nesta segunda-feira (25), afirmou o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, confirmando a informação dada pela a emissora canadense CBC.
"Estou indignado com a informação de que um cidadão canadense, John Ridsdel, que estava sequestrado nas Filipinas desde 21 de setembro de 2015, foi morto nas mãos de seus sequestradores", afirmou o premiê, acrescentando que o governo tenta conseguir a libertação de um segundo canadense, Robert Hall, que continua refém do grupo. Há "esforços" para a sua libertação "em andamento", disse Trudeau.
John Ridsdel é um dos três estrangeiros que foram sequetrados em setembro de 2015 por militantes do Abu Sayyaf em um resort de uma ilha no sul do país. Entre eles também há um norueguês. Uma mulher filipina, companheira de Ridsdel também foi feita refém.
"O Canadá condena sem reservas a brutalidade" dos seus captores pertencentes ao grupo Abu Sayyaf, acrescentou o chefe do governo canadense.
O exército das Filipinas diz que encontrou uma cabeça decapitada em uma ilha remota nesta segunda, cinco horas depois do horário limite anunciado pelo grupo para o resgate. O grupo havia ameaçado executar um dos reféns caso uma grande quantia de dinheiro - cerca de 20 milhões de euros - não fosse entregue.
O Abu Sayyaf, que era vinculado à à Al-Qaeda, é conhecido por cometer sequestros e foi acusado de executar ataques violentos. Posteriormente declarou lealdade ao grupo Estado Islâmico (EI).
Segundo a CBC, Ridsdel, de 68 anos, é ex-chefe de operações da empresa de mineração TVI Resource Development Philippines Inc, subsidiária da TVI Pacífico, do Canadá. Ele também teria trabalhado na Petro-Canada e, antes disso, foi produtor e repórter no CBC Calgary e no jornal "Calgary Herald".
O canadense que descobriu ser intersexual ao ganhar barba e menstruar aos 12 anos
Quando Alec Butler nasceu, em 1959, ele foi classificado como do sexo feminino. Mas, depois de ser criado como uma menina - chamada Audrey -, Alec, agora um premiado roteirista e cineasta, descobriu que era intersexual - alguém cujo sexo anatômico, hormonal e genético não é nem completamente masculino nem feminino. A seguir, um depoimento de Butler sobre como lidou com a rara condição ao longo de sua vida.
"Eu tinha 12 anos quando a ficha finalmente caiu: minha barba começou a crescer e tive minha primeira menstruação. Foi algo realmente confuso para mim. Meus pais estavam um pouco assustados. Levaram-me para alguns médicos, mas ninguém na pequena cidade do Canadá em que vivia sabia o que era ser intersexual. Um médico disse que 'era melhor colocá-la em um sanatório até que ela aprenda a se vestir como uma menina e usar maquiagem'.
Isso ocorreu aos 12 anos, em uma época que mesmo meninas são forçadas a fazer isso. Felizmente, meus pais ficaram ultrajados e me disseram: 'Não vamos fazer isso. Vamos apenas amar você e você escolha como quer ser'. Isso foi um presente. Muitas crianças intersexuais não têm isso.
Minha família inteira foi muito afetuosa. Eu tinha muita vitalidade, era engraçado e eu divertia as pessoas com minhas imitações de Elvis Presley. Minha família aceitou-me muito bem - a escola e a sociedade é que foram duras comigo.
Assim que pude usar calça comprida o tempo todo, comecei a fazê-lo. Era bem difícil naquela época para uma menina usar calças compridas. Senti-me sob pressão para tomar hormônios femininos, apesar de eu querer ser mais masculino - queria ser menino.
Implicavam comigo na escola. Eu tentava passar despercebida, não arrumar em problemas. Mas quando você tem um corpo como o meu, isso é problemático. As pessoas se incomodam. Tive problemas porque gostava de uma garota, e ela gostava de mim também. Tudo deu muito errado porque eu não era realmente um menino. Me chamavam de lésbica, sapatão. As outras crianças gritavam para mim 'você é doente' e, na sala de aula, recebia bilhetinhos sugerindo que cometesse suicídio.
Vivíamos em uma base militar no leste do Canadá, porque meu pai estava no Exército. A escola era enorme, meu pai se preocupava porque eu sofria bullying constantemente. Sendo assim, ele se aposentou mais cedo, perdendo parte de sua pensão, e a gente se mudou para Cape Breton, uma ilha na região de Nova Scotia. Mas isso foi ainda mais opressor, porque era muito isolado, e as pessoas ainda mais ignorantes.
Quando terminei meus estudos, em 1978, sofri para arrumar um emprego. Mudei-me para Toronto e me apresentei como uma espécie de lésbica masculina. Era uma forma de formar uma comunidade, encontrar apoio e me sentir aceita. Eu não conhecia outras pessoas intersexuais - sequer conhecia essa palavra na época.
A vida não era fácil. Sofria ameaças diariamente na rua. Jogavam coisas em mim. Alguém tentou me empurrar na frente de um bonde. Em uma manifestação de orgulho gay, homens gay ameaçaram baixar minhas calças.
Lésbicas masculinas são alvo de muito ódio até hoje. Uma das razões pelas quais eu me comporto mais como homem hoje é porque eu não quero mais lidar psicologicamente com a violência e as expressões de ódio.
Mas quando minhas peças de teatro foram produzidas, meu nome ficou mais respeitado na comunidade.
Nos anos 90, cuidei de amigos que estavam morrendo de Aids. Foi um tempo louco e ocupado. Eu não queria que as pessoas soubessem que eu tinha uma barba, mas não tinha tempo para me barbear. A barba começou a crescer e meus amigos disseram que eu deveria deixá-la crescer. Depois que eles morreram, fiz justamente isso, em homenagem a como eles me aceitaram.
Mas isso novamente me colocou em maus lençóis. Nos bares lésbicos, a barba não era bem vista. Mulheres me perguntavam: 'O que você está fazendo aqui'?. Eu dizia apenas que era lésbica também, e que 'algumas de nós usam barba'.
Só foi em meados dos anos 90 que fiquei sabendo o que era intersexo. Alguém que conhecia há anos perguntou se eu não poderia ser intersexual, e eu acabei indo procurar o termo na internet, além de fazer pesquisas intensas. 'É isso mesmo que sou'.
Lembrei-me de coisas que minha mãe me contou dos tempos em que estava grávida comigo. Ela tomava um remédio chamado Progestin, que minha pesquisa revelou causar a intersexualidade em bebês. Acho que isso foi o que aconteceu comigo.
Em meados da década de 1990, mudei meu nome para Alec. Tanto eu quando minha parceira saímos do armário como transgênero - de amantes lésbicas, viramos irmãos! Foi um choque para a comunidade. Eu já era extremamente masculina, então só precisei mesmo mudar meu nome. Gosto do meu corpo como ele é, não tenho qualquer desejo de mudá-lo. Eu gosto de ter seios. Mas é difícil começar um relacionamento, porque tudo é muito diferente.
É problemático para as pessoas entenderem o conceito da intersexualidade. E as pessoas intersexuais têm problemas. Se elas passaram por alterações cirúrgicas, são aconselhadas a ocultá-las, e têm vergonha. Muitas pessoas escolhem um gênero ou outro. Talvez seja mais fácil viver assim.
Mas agora há alianças sendo feitas entre pessoas não-binárias e intersexuais. E isso é muito importante para os intersexuais - a cirurgia já não é mais tão importante, pois pais perceberam que é sua própria ansiedade que eles estão tentando sanar quando escolhem um ou outro gênero para suas filhas. As crianças normalmente estão OK com isso. Eu não via problema em ser confundido com menino ou menina - era divertido enganar as pessoas às vezes.
Estudo cultura aborígene na Universidade de Toronto. Nas comunidades indígenas do Canadá antes da colonização pessoas transgênero eram vistas com duplamente abençoadas porque possuíam o espírito masculino e feminino. Eram extremamente importantes e recebiam funções especiais em cerimônias.
Eu tomo testosterona. Não para parecer mais masculino, mas por uma razão de saúde: eu ainda menstruo, apesar de meu médico ter dito que eu já deveria estar na menopausa. Mas não estou, e as menstruações são fisicamente muito duras para mim.
É maravilhoso que haja um número crescente de jovens canadenses se identificando como não-binários. Gostaria que isso tivesse acontecido há 40 anos, pois eu teria tido uma vida menos traumática. Mas esse novo movimento me deu muita confiança. Agora eu gosto de sair. Antes eu não fazia isso muito, porque as pessoas até beliscavam os meus seios para ver se eram reais."
Família de menino negro morto por policial nos EUA levará US$ 6 milhões
A família de Tamir Rice, adolescente de 12 anos que foi morto pela polícia de Cleveland (Ohio) em 2014, irá receber uma indenização de US$ 6 milhões (R$ 21,3 milhões) da cidade americana, segundo reportagem do jornal "New York Times".
O garoto foi morto por um policial branco em novembro de 2014 em Cleveland. Tamir Rice morreu no dia 23 de novembro de 2014. No dia anterior, ele havia sido baleado por policiais em um parque após apontar a pistola de brinquedo para diversas pessoas.
Segundo a polícia de Cleveland, ele desobedeceu a ordem de levantar as mãos. O caso provocou indignação em muitos americanos, que já estavam realizando manifestações para protestar contra a impunidade de policiais brancos implicados na morte de negros.
Em dezembro de 2015, a Justiça decidiu não indiciar o policial. "Baseando-se nos elementos de prova que consultou e no recurso da polícia à força letal no marco da lei, o grande júri decidiu não apresentar acusações criminais", declarou o promotor Tim McGinty.
O não indiciamento gerou críticas da família, "Durante meses, tornou-se claro que o promotor do condado de Cuyahoga, Timmothy McGinty, enganou e manipulou o grande júri, a fim de orquestrar um voto contrário à acusação", disseram os advogados da família do menino.
Além disso, Brooks Cornell, presidente da NAACP, a maior organização de defesa dos direitos das pessoas negras dos Estados Unidos, destacou, na época, que o não indiciamento dos policiais "não trazia nenhuma resposta às perguntas fundamentais".
Onze operários morreram em obras olímpicas no Rio, aponta relatório
Obras de instalações esportivas ou de legado para as Olimpíadas do Rio, realizadas entre janeiro de 2013 e março de 2016, causaram a morte de 11 operários. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (25) pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro.
O número foi passado por Elaine Castilho, auditora responsável pela fiscalização das obras olímpicas, durante apresentação do Dia Mundial para Segurança e Saúde no Trabalho no Centro do Rio.
Como fonte de comparação, o relatório indica que não houve morte de trabalhadores nas obras para as Olimpíadas de Londres, em 2012.
A Superintendência realizou 260 ações de fiscalização, com 1.675 autos de infração lavrados. Houve 38 interdições e embargos.
"É um time de futebol de mortos. Isso tudo causado por falta de planejamento, sem dúvida. É a correria na hora de finalizar", afirmou Elaine Castilho, que coordena o trabalho de fiscalização nas obras de legado olímpico.
LOCAL
|
MORTES
|
---|---|
Linha 4 do metrô
|
3
|
Entorno do Parque Olímpico
|
2
|
Museu do Amanhã
|
1
|
Elevado do Joá
|
1
|
Transolímpica
|
1
|
Nova Subida da Serra
|
1
|
Supervia
|
1
|
Museu da Imagem e do Som
|
1
|
Fumaça de incêndio ambiental causa engavetamento e fecha rodovia
Um engavetamento entre sete veículos provoca a interdição total da rodovia BR-376, entre Apucarana e Jandaia do Sul, na região norte do Paraná, nesta segunda-feira (25). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a fumaça de um incêndio ambiental em um cafezal localizado às margens da pista foi o motivo do acidente.
Ainda segundo a PRF, 16 pessoas ficaram feridas, duas delas em estado mais grave. Ambulâncias da concessionária Viapar, que administra a rodovia, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros estiveram no local atendendo os feridos.
A Viapar informou que a pista ficou fechada completamente até as 17h, mas após esse horário os veículos estão transitando em meia-pista. Um caminhão do Corpo de Bombeiros esteve no local e controlou o incêndio.
Revista encontra 19 facas e facões em presídios do Complexo do Curado
Revistas realizadas em dois presídios do Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, resultaram na apreensão de facas e facões. As vistorias foram realizadas no domingo (24), mas o resultado foi divulgado apenas nesta segunda-feira (25) pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). Na quinta-feira (21), dois presos haviam ficado feridos após manusear facões no complexo.
No Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjallb), foram encontrados seis facões industriais e um artesanal, além de quatro facas industriais, três artesanais e duas foices. Foram encontrados também 1,5 kg de maconha, 13 litros de cachaça e 750 ml de uísque entre os artigos revistados. Oito celulares, baterias e pen drives foram achados.
No Presídio Aspirante Marcelo Francisco Araújo (Pamfa), também no Complexo do Curado, foram encontradas quatro facas e um facão, além de quatro chuços - que são lanças -, e 750 ml de uísque. Seis barras de ferro e um barrote também foram confiscados.
No dia 19 deste mês, uma revista apreendeu um revólver calibre 38 e 18 munições no Frei Damião de Bozzano. Segundo a Seres, essa foi a sexta arma de fogo encontrada em presídios somente em 2016.
O novo secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues, assumiu a pasta na manhã desta segunda-feira (25). Ele assumiu o cargo para substituir Éden Vespaziano, que pediu para deixar o cargo na quarta-feira (20).
Filho de ex-governador, médico é preso durante operação
Filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o médico Rodrigo Barbosa foi preso nesta segunda-feira (25), em Cuiabá, durante a Operação Sodoma, que prendeu o pai dele e dois ex-secretários de estado, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, em setembro do ano passado. A Polícia Civil informou que a operação, deflagrada pela Delegacia Fazendária (Defaz), é uma continuidade da 3ª fase da Sodoma, realizada no mês passado.
Em contato com o advogado de Rodrigo, Valber Mello, mas ele não atendeu às ligações até a publicação desta reportagem.
Rodrigo está sendo investigado por envolvimento em crime de corrupção e ligação com a organização criminosa supostamente chefiada pelo pai dele. Ele também teria recebido propina durante o governo Silval Barbosa (2010 a 2014).
A polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão no escritório de comunicação, no Centro Empresarial Paiaguas, na Avenida do CPA, onde o médico foi preso.
A operação Sodoma investiga supostas fraudes cometidas na concessão de incentivos fiscais em troca de propina em Mato Grosso. Durante a primeira fase da operação, foram presos Silval Barbosa, apontado como chefe do esquema, e os ex-secretários de Fazenda e de Comércio, Minas e Energia do estado, Marcel de Cursi e Pedro Nadaf, respectivamente. Os três se encontram presos até hoje.
A mãe de Rodrigo, Roseli Barbosa, que ocupou o cargo de secretária estadual de Assistência Social, também já foi presa, no ano passado, acusada de desviar R$ 8 milhões da pasta por meio de contratos superfaturados e fraudes em convênios com instituições sem fins lucrativos de fachada. Depois de uma semana, ela foi solta.
Nas outras fases da operação, mais suspeitos de envolvimento no esquema foram presos, entre eles o ex-secretário estadual de Administração, Cesár Zílio, a ex-assessora de Pedro Nadaf, Karla Cecília de Oliveira Cintra, e o empresário Williams Paulo Mischur. Os três já foram soltos.
Na 3ª fase, a polícia prendeu o também ex-secretário de Administração da gestão Silval Barbosa, Pedro Elias Domingos de Mello, que, segundo a polícia, teria a função de fiscalizar se as propinas pagas à organização estavam sendo devidamente pagas e, caso não estivessem, ameaçava, junto com outros secretários, o rompimento do contrato com as empresas, como consta na decisão da juíza Selma Rosane dos Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que mandou prendê-lo.
Outro alvo dessa penúltima fase da operação foi o ex-secretário-adjunto de Administração, José Nunes Cordeiro.
Cidade de SP tem 20 dias seguidos acima dos 30ºC em abril e bate recorde
A cidade de São Paulo passa por um mês de abril "bem anômalo" por causa da série recorde de dias quentes, segundo o Instituto Nacional de Meteorologista (Inmet). Até agora, foram 20 dias seguidos com temperatura acima de 30ºC na capital paulista. A sequência mais longa na cidade havia sido de 11 dias, em abril de 1987 e 2005, divulgou o Inmet. O instituto iniciou suas medições em 1943. Além do calor, a falta de chuva agrava os riscos de queimadas e queda no nível dos reservatórios que abastecem a Grande São Paulo.
"Essas sequências [de dias mais secos] até costumam acontecer, mas não nessa época não. Elas são mais comuns no pico do inverno. Os motivos disso ainda precisam ser estudados de forma mais profunda, mas em São Paulo, por exemplo, não tivemos nem mesmo a brisa do oceano", afirmou o meteorologista Marcelo Schneider, do Inmet.
No dia 9, a temperatura máxima alcançou 32,9°C na cidade de São Paulo, a segunda mais elevada para um dia de abril desde 1943. O calor prolongado, segundo Schneider, pode estar relacionado ao fenômeno El Niño e ser um dos responsáveis por bloquear a passagem de frentes frias no estado de São Paulo nas últimas semanas, que poderiam levar chuva e ar mais frio para as cidades paulistas.
Na capital, a estação do Inmet no Mirante de Santana, na Zona Norte, marcou 0,6 mm de chuva até o momento. O volume esperado, baseado na série histórica, são 81,2 mm. Outros municípios do interior também passam por um mês extremamente seco. Em Presidente Prudente, não houve registro de chuva em abril. Já em São Simão, choveu só 0,5 mm.
Apesar da sensação de tempo seco, o meteorologista disse que os índices de umidade relativa do ar ficaram dentro da média esperada para abril. "Em alguns dias, a umidade ficou abaixo dos 30%, tanto na capital como no interior, mas isso é normal para o mês. O problema foi a sequência de dias de muito calor, o que não é comum", explicou o meteorologista Marcelo Schneider.
Juíza recebe denúncia de outros 20 casos suspeitos de tortura em ritual
A juíza da 1° Vara da Infância e Juventude de Teresina, Maria Luiza de Moura Melo, recebeu do Conselho Tutelar a denúncia de que mais de 20 crianças teriam sido submetidas a torturas durante rituais no mesmo salão de umbanda que fica a 20 km da cidade de Timon, no Maranhão. Os casos vieram à tona após uma menina de 10 anos ser internada em estado grave apresentando sintomas de intoxicação, cicatrizes pelo corpo em formato de cruz e a cabeça raspada. As filhas da dona do salão religioso negaram que exista qualquer tipo de tortura no rituais realizados no local.
“Para evitar que elas tenham o mesmo destino da menina de 10 anos internada com intoxicação, autorizei o Conselho Tutelar a recolher qualquer criança desacompanhada que apareça com as mesmas características dessa vítima (cabelo raspado e cicatrizes em forma de cruz). Elas serão levadas para um abrigo, podendo os pais ter a suspensão da guarda ou até mesmo a destituição do poder familiar. O Conselho tem 24 horas para informar esses casos”, falou a juíza.
A menina está desde o dia 14 internada na UTI do Hospital de Urgência de Teresina (HUT). De acordo com o médico e diretor da unidade, Gilberto Albuquerquer, a criança já apresentou falência dos sistemas nervoso e renal. Médicos aguardam o laudo de exame pericial feito no líquido ingerido por ela para poder abrir protocolo e investigar a morte cerebral.
Os pais da vítima informaram à polícia que frequentavam um salão de umbanda em Timon, no Maranhão, para tratar a asma da filha e pagariam R$ 3 mil pelo tratamento. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Na avaliação da juíza Maria Luiza, nesse caso, as crianças estão em situação de risco, sendo obrigadas a tomarem chás ou bebidas tóxicas, e cortadas com lâminas ou objetos pontiagudos. “Não acredito que isso seja religião, mas sim crime de tortura", declarou a juíza.
Maria Luiza de Moura Melo disse também que irá comunicar o juiz da comarca de Timon para punir os responsáveis pelo salão de umbanda. Segundo ela, essas pessoas podem ser punidas por lesão corporal e crime de tortura. "Cabe ao Ministério Público tipificar a responsabilidade criminal e pedir o fechamento do local onde os rituais são feitos", falou.
O delegado geral de Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, reiterou que o caso da menina de 10 anos será acompanhado pela DPCA e os demais registros de tortura que tenham sido praticados no salão de umbanda em Timon serão investigados pela Polícia Civil do Maranhão.
A juíza lembrou ainda que há um ano apareceu outro caso parecido. Cerca de 30 crianças foram encontradas com os familiares reclusas em um cativeiro na capital. Elas seriam obrigadas a tomar uma sopa com veneno de rato.
Comentários
Postar um comentário