MUNDIAL DE CLUBES 2014




REAL IGUALA AO MILAN E FATURA O TETRA MUNDIAL






O maior campeão europeu voltou a ser também o time mais vezes campeão do mundo. Desafiado pelo San Lorenzo, último vencedor da Copa Libertadores e adoração terrena do Papa Francisco, o poderoso Real Madrid se valeu de um cabeceio de Sergio Ramos – que havia dito jogar no "time de Deus" – e de uma falha bisonha do goleiro adversário para vencer por 2 a 0 a final e conquistar no Marrocos seu quarto título de melhor do mundo.
As três vitórias anteriores (1960, 1998 e 2002) não eram suficientes para colocá-lo no topo da lista desde 2003, quando o italiano Milan se isolou ao ganhar o tetracampeonato. Vice, o San Lorenzo aumenta para 12 anos o jejum do futebol argentino, campeão nove vezes na história - a última delas em 2003, com o Boca Juniors (detentor em três oportunidades do troféu, anteriormente classificado como intercontinental).




Para voltar a dominar o mundo ao lado do Milan, o time treinado por Carlo Ancelotti, além de ter derrotado o Atlético de Madrid na decisão da Champions League, já havia passado com facilidade pelo mexicano Cruz Azul (4 a 0), na semifinal do torneio em Marrocos. Representante da América do Sul, a equipe do técnico Edgardo Bauza, ao contrário, sofreu diante do semiprofissional Auckland, da Austrália, antes de tentar medir forças contra a formação de Cristiano Ronaldo e companhia.
Claramente sem a mesma força, a proposta argentina foi de se defender. Proposta que quase ficou comprometida ainda no primeiro minuto da final. Após saída errada de jogo, Kroos tomou bola para o Real Madrid na intermediária ofensiva e abriu para Cristiano Ronaldo, que invadia a área pelo lado esquerdo. O português bateu cruzado, sem a direção correta, e Benzema quase completou para a rede, mas não conseguiu o toque.
O primeiro arremate a gol não demorou muito mais tempo, porém. Aos quatro minutos, Cristiano Ronaldo arriscou cobrança rasteira de falta de muito longe, e Torrico teve a defesa facilitada por conta de desvio no meio da área. Dois minutos depois, o goleiro precisou se mexer novamente para sair nos pés de Benzema, quase na linha de fundo, e evitar que o atacante francês concluísse boa jogada iniciada em longo lançamento de Sergio Ramos.




Acuado, o San Lorenzo suportava a pressão com ajuda de algumas entradas mais fortes que irritavam os jogadores da equipe espanhola. O primeiro cartão amarelo, recebido por Ortigoza, saiu com 11 minutos. Cinco minutos depois, o árbitro não aceitou a reclamação acintosa de Barrientos e deu a segunda advertência para os argentinos. Sergio Ramos, inconformado com a catimba e a rispidez adversária, não deixou por menos, cometendo falta com violência e igualmente levando cartão. Logo em seguida, já pendurado, ele se conteve ao levar um tranco.
Com dificuldade para vazar essa marcação à frente da área, o Real Madrid tentou variações. Uma delas foi finalizar de longa distância, com Benzema. Torrico não segurou o forte chute, porém completou a defesa em dois tempos. Pouco depois, cara a cara com Bale, em um raro contragolpe bem encaixado pelo time espanhol, o goleiro espalmou arremate pela linha de fundo. Mas, na cobrança de escanteio, Sergio Ramos saltou e cabeceou no canto esquerdo baixo para abrir o placar aos 35 minutos. Lance parecido com a da decisão da Champions League, quando assegurou prorrogação contra o Atlético Madrid com gol no fim do tempo regulamentar.



O campeão europeu continuou em cima, em busca de vantagem ainda maior. Antes do intervalo, entretanto, em vez de comemorar mais uma vez, o técnico Carlo Ancelotti lamentou lesão muscular do brasileiro Marcelo, que se machucou sozinho e precisou dar lugar a Fábio Coentrão. Sem novas mudanças, o Real Madrid voltou ao segundo tempo com o mesmo ímpeto da etapa inicial e, logo aos cinco minutos, ampliou: Bale recebeu passe completamente livre dentro da área, finalizou fraco e viu Torrico permitir o segundo gol, mesmo soberano no lance.
Daí em diante, o dono da Europa administrou o placar sem muito esforço. O único pecado do “time de Deus”, como Sergio Ramos havia classificado o Real Madrid ao ser questionado se temia o “time do papa”, foi ceder à pressão nos minutos finais. Só que Iker Casillas fez duas ótimas defesas, livrou a equipe espanhola de um sufoco infernal e pôs fim à crença argentina.





AUCKLAND CITY FAZ HISTÓRIA E GARANTE 3° LUGAR NOS PÊNALTIS

O Stade de Marrakech, no Marrocos, recebeu a disputa de terceiro lugar do Mundial de Clubes entre o Cruz Azul, do México, e o Auckland City, da Nova Zelândia. Após o empate em 1 a 1 no placar, os campeões da Oceania venceram por 4 a 2 e, de forma inesperada, entraram no pódio da competição.




Ryan de Vries abriu o placar do duelo com um gol nos acréscimos do primeiro tempo. O empate do Cruz Azul veio com Rojas, aos 11 minutos da primeira etapa. Assim, o goleiro do Auckland, Jacob Spoonley, apareceu na disputa de pênaltis para dar a vitória ao time semiprofissional da Nova Zelândia.
Deste modo, Auckland City termina o Mundial de Clubes na terceira colocação, seguido pelo Cruz Azul, Sétif, da Argélia, Sydney Wanderers, da Austrália, e Moghred, do Marrocos. Real Madrid e San Lorenzo ficarão com as duas primeiras posições.




PREMIAÇÕES

O Grupo de Estudos Técnicos da FIFA elegeu Sergio Ramos como o melhor jogador do torneio ao final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA Marrocos 2014. Com duas belas atuações e dois gols decisivos, o zagueiro do Real Madrid e da seleção espanhola foi homenageado com a Bola de Ouro adidas e o com o Prêmio Toyota. Confira quem foram todos os premiados da noite:





Bola de Ouro adidas e Prêmio Toyota: Sergio Ramos (Real Madrid)


Além de ter brilhado na defesa merengue, Ramos também abriu o placar para o Real Madrid na semifinal e na grande decisão. Quando Carlo Ancelotti decidiu substituí-lo na partida contra o San Lorenzo, pouco antes do apito final, os torcedores presentes no Grande Estádio de Marrakech se levantaram para aplaudi-lo. Ramos se despediu do Marrocos como campeão do mundo e ainda recebeu os dois prêmios individuais mais importantes da competição, a Bola de Ouro adidas e o Prêmio Toyota, os quais coroam um ano espetacular para o ídolo espanhol.



Bola de Prata adidas: Cristiano Ronaldo (Real Madrid)



Sempre que esteve com a bola nos pés, o superastro português brindou o público com dribles eletrizantes, demonstrações de habilidade e uma excepcional visão de jogo. O candidato à Bola de Ouro FIFA atraiu constantemente os defensores adversários para abrir espaço para os companheiros e sempre levou perigo nos lances de bola parada. Além de ter brilhado pelas jogadas individuais, Ronaldo se esforçou para criar boas oportunidades de gol para os colegas e, como recompensa, volta para casa com o prêmio de segundo melhor jogador em solo marroquino.


Bola de Bronze adidas: Ivan Vicelich (Auckland City)


Não há dúvida de que o Auckland City foi a maior surpresa da competição. Apesar de ter chegado ao Marrocos como franco azarão, o time neozelandês conseguiu chegar às semifinais e quase aprontou uma zebra para cima do campeão sul-americano. No fim, transformou-se no primeiro representante da Oceania a conquistar o terceiro lugar em um Mundial de Clubes. Um dos principais responsáveis pela façanha foi o capitão Ivan Vicelich, que garantiu uma ligação efetiva entre a defesa e o ataque e sempre impulsionou a equipe para frente. Para o jogador de 38 anos, a Bola de Bronze adidas encerra com chave de ouro o que foi um torneio inesquecível.


Prêmio FIFA Fair Play: Real Madrid


O campeão europeu não foi apenas o vencedor da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, mas também o rei do jogo limpo. O Prêmio FIFA Fair Play completa a campanha impecável da recordista equipe espanhola no Marrocos.



POSIÇÕES





CR7 é homenageado com estátua e mais alta honraria da Ilha da Madeira


Craque do Real Madrid, Cristiano Ronaldo recebeu uma grande homenagem do local onde nasceu, a Ilha da Madeira. O jogador foi condecorado com o prêmio mais importante da região, a Medalha de Mérito da Região Autônoma da Madeira e inaugurou uma estátua dele mesmo com 2,40m de altura.
“É um orgulho estar novamente aqui na Madeira onde fui criado e tenho as minhas raízes e a minha família. Quando volto são sempre momentos que enaltecem o que tenho hoje em dia, o que ganhei e continuo a ganhar. É algo que me diz muito, à minha família e a quem gosta de mim. É um privilégio enorme ser condecorado com esta medalha. Não tenho palavras para descrever o que sinto”, disse o camisa 7, que ficou sem jeito ao agradecer.

“O discurso não é o meu forte, sou melhor em jogar futebol, tenho de confessar. Obrigado por este momento importante e histórico para mim. Vou guardá-lo num canto especial da minha vida. Obrigado a todos o que me têm ajudado. Isso me dá motivação para progredir cada vez mais na minha carreira. É um dia especial”, falou Cristiano.
A estátua de Ronaldo foi esculpida por Ricardo Velosa, um artista brasileiro que, por ter a família inteira de Portugal, foi criado na região da Ilha da Madeira. Cristiano nasceu em Santo Antonio, freguesia de Funchal, capital do local onde foi construída a estátua.










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