PLANTÃO
Ataques terroristas na Bélgica deixam dezenas de mortos e feridos
Atentados terroristas deixaram dezenas de mortos e feridos no Aeroporto Internacional de Zaventem e na estação de metrô Maelbeek em Bruxelas, na Bélgica, na manhã desta terça-feira (22). O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelos ataques.
O número de vítimas ainda não é oficial. A imprensa fala em 34 mortos e mais de 200 feridos. As explosões levaram o país a entrar em alerta máximo para atentados terroristas.
Algumas horas depois dos ataques, o Estado Islâmico publicou um comunicado na web reivindicando os atentados. "Uma célula secreta de soldados do califado (...) realizou um ataque contra o estado cruzado da Bélgica, que está lutando contra o Islã e seu povo", afirmou, acrescentando que os agressores usavam coletes, artefatos explosivos e metralhadoras e que países que combatem os extremistas têm 'dias escuros' pela frente.
A TV belga divulgou uma foto que seria dos suspeitos do atentado no aeroporto. Logo depois a polícia fez um alerta de que um dos três estaria foragido e pediu informações sobre ele. Durante todo o dia, foram feitas batidas policiais na capital belga.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, condenou o que classificou de "atentados cegos, violentos e covardes" que atingiram a capital belga. "Temíamos um atentado terrorista e aconteceu", lamentou.
Em um pronunciamento à nação, o rei Philippe da Bélgica disse que ele e a rainha Mathilde compartilham a dor de todos aqueles que sofreram por causa dos ataques “covardes e cheios de ódio”. “Diante da ameaça, continuaremos a responder juntos com firmeza, calma e dignidade”, disse.
Explosões
Duas explosões ocorreram no aeroporto e uma no metrô. Pelo menos uma delas foi provocada por um homem-bomba, segundo procuradoria local. Uma testemunha que trabalha no setor de bagagens do aeroporto disse ter ouvido um homem gritar em árabe pouco antes da explosão.
O prefeito de Zaventem, onde fica o aeroporto de Bruxelas, diz à agência France Presse que os agressores levaram bombas dentro de malas. "Chegaram em táxi com malas, suas bombas estavam dentro das malas. As colocaram em carrinhos. As duas primeiras bombas explodiram. O terceiro (suspeito) também colocou sua mala em um carrinho, mas teve pânico, não explodiu", diz Francis Vermeiren.
Segurança
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, afirmou que, nesse momento, a prioridade é estabilizar a situação: reforçar a segurança em alguns pontos onde temiam alguma ameaça e dar socorro às vítimas.
O primeiro-ministro pediu calma e solidariedade para os compatriotas. “Nós estamos face a uma dificuldade, um desafio. Vamos enfrentar unidos e solidários”, declarou.
Ele disse que existe informações sobre mortos, mas não citou números. “Há muitos feridos, alguns, graves. É um momento negro para o nosso país”, afirmou.
As autoridades recomendam às pessoas evitar deslocamentos. O sinal de celular está prejudicado. Por isso, as autoridades orientam a enviar mensagens ou fazer contatos por redes sociais. As ligações telefônicas devem ser deixadas apenas para emergências.
Foram esvaziadas todas as estações de metrô e suspendido o deslocamento de trens em Bruxelas.
O aeroporto foi esvaziado e fechado para pousos e decolagens, e o tráfego aéreo está interrompido e desviado para outras regiões. A polícia bloqueou todas as vias de acesso ao complexo. O serviço de ônibus também foi interrompido.
As explosões ocorreram quatro dias após a prisão, em Bruxelas, de Salah Abdeslam, principal suspeito pelos ataques de Paris em novembro.
Desde o início da semana passada, a polícia belga faz buscas por suspeitos de terem participado dos atentados de Paris que deixaram 130 mortos e mais de 200 feridos. Um suspeito foi morto após a invasão de um apartamento.
Na segunda-feira (21), a polícia divulgou a identidade de mais um suspeito de envolvimento com os ataques. Conhecido sob a falsa identidade de Soufiane Kayal, ele foi identificado como Najim Laachraoui, um homem de 24 anos.
Repercussão
Em pronunciamento à nação, o rei Philippe da Bélgica disse que ele e a rainha Mathilde compartilham a dor de todos aqueles que sofreram por causa dos ataques “covardes e cheios de ódio” desta terça. “Diante da ameaça, continuaremos a responder juntos com firmeza, calma e dignidade”, disse.
As explosões na Bélgica levaram a Alemanha a refoçar a segurança no Aeroporto de Frankfurt. O ministro do Interior alemão afirmou que não há indicações de que os autores dos atentado tenham alguma relação com a Alemanha, segundo a Reuters.
O presidente da França, François Holland, afirmou que os ataques à Bélgica "atingem toda a Europa". O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, direcionou 1,6 mil policiais a mais para manter a segurança das fronteiras e no sistema de transportes do país.
A França também reforçou segurança no Aeroporto Charles de Gaulle, na região de Paris. As autoridades esvaziaram a estação de trens e metrô Gare du Nord, em Paris, após um pacote suspeito ter sido encontrado no local.
Os trens de alta velocidade que ligam Paris a Bruxelas, Colônia (Alemanha) e Amsterdam (Holanda) foram paralisados completamente, informou a Thalys, companhia que opera o serviço, em seu site oficial.
A torre Eiffel vai ser iluminada com as cores da bandeira da Bélgica nesta noite, em homenagem às vítimas, disse a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, via Twitter.
A polícia britânica reforçou sua presença em estações, aeroportos e outros locais públicos, de acordo com a France Presse. A Eurostar concelou trens para Bruxelas, como informou a Reuters.
O chefe de antiterrorismo da polícia britânica, Mark Rowley, esclareceu que a medida não tem nada a ver com alguma ameaça secreta contra o Reino Unido.
Uma jovem do Tocantins que vive em Zaventem, na Bélgica, conta que passa diariamente pela estação de metrô onde houve um ataque terrorista na manhã desta terça-feira (22). Alana Pereira, de 25 anos, trabalha em Bruxelas e afirma que não foi ao trabalho porque ganhou o dia de folga. Se tivesse ido, diz que provavelmente estaria entre as vítimas.
"Eu moro aqui perto do aeroporto Zaventem. Não sai de casa e não fui trabalhar hoje porque tirei o dia de folga, mas se eu tivesse ido trabalhar com certeza eu não estaria viva porque eu pego o metrô para ir ao trabalho em Bruxelas. E teve outros atentados no metrô", conta.
A tocantinense está há 2 anos e nove meses na Bélgica. Ela trabalha na área de estética em um salão de beleza de Bruxelas. Alana nasceu no Maranhão mas vivia em Palmas.
"É uma hora que levo até o trabalho de metrô. Eu não cheguei a ver de perto e estou acompanhando aqui de casa porque não tive coragem de sair lá fora com medo. A situação está muito feita, muito complicada. Está muito triste."
Cidade do Vaticano - O papa Francisco repudiou nesta terça-feira a "violência cega" dos atentados de Bruxelas em mensagem de condolência após os ataques que deixaram 34 mortos e 136 feridos, informou a Santa Sé.
O pontífice "condena novamente a violência cega que causa tanto sofrimento" e se dirige às famílias em um telegrama no qual pede "bençãos divinas e paz" para as pessoas próximas das vítimas e todo o povo belga.
O líder religioso transmitiu seus pêsames em telegrama ao arcebispo de Mechelen-Bruxelas, Jozef De Kesel, assinado pelo secretário de Estado vaticano, o cardeal Pietro Parolin.
"Após saber a notícia dos atentados ocorridos em Bruxelas, que afetaram muitas pessoas, o papa Francisco confia à misericórdia de Deus as pessoas que perderam a vida e se une em oração à dor de seus parentes", disse na carta.
Na mensagem, o papa expressa "profunda solidariedade com os feridos e com seus parentes e também com todas as pessoas que contribuem para seu alívio, e pede ao Senhor que os forneça consolo neste momento".
Pelo menos 34 pessoas morreram e outras 136 ficaram feridas nos ataques de hoje no aeroporto de Zaventem e na estação de metrô de Maalbeek, no centro da capital europeia, segundo confirmou a ministra da Saúde belga, Maggie De Block.
Os dois ataques do aeroporto provocaram pelo menos 11 mortes e feriram 55 pessoas, enquanto o atentado na estação de metrô, localizada no bairro onde se encontra a maior parte das sedes das instituições europeias, deixou pelo menos 15 mortos e 81 feridos.
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