GIRO DE NOTICIAS
Irmão avisou sobre problema mentais de agressor do metrô de Londres
A família do homem que esfaqueou dois passageiros do metrô de Londres no sábado (5), um ataque classificado de terrorista pela polícia, explicou que avisou as autoridades sobre seus problemas mentais.
Muhaydin Mire, de 29 anos, foi acusado de tentativa de assassinato pelo ataque na estação de metrô de Leytonton, no leste de Londres.
Seu irmão Mohamed explicou à emissora Channel 4 que Muhaydin, que chegou ao Reino Unido da Somália quando tinha 12 anos, havia passado três meses em um hospital psiquiátrico em 2007 ao ser diagnosticado com paranoia.
Muhaydin "é um bom garoto", disse seu irmão, mas tinha problemas mentais, possivelmente pelo consumo de drogas, considerou.
"Saiu (do hospital) e voltou diretamente a sua vida", mas os problemas retornaram em agosto.
"Ligava e dizia coisas incomuns", lembrou.
"Nada radical, falava desordenadamente, dizia coisas sem sentido. Passava a noite dizendo que via demônios", acrescentou.
A família entrou em contato com a polícia há três semanas, mas ela os dirigiu aos serviços médicos.
"Não podiam nos ajudar porque não havia prejudicado ninguém nem havia prejudicado a si mesmo. Falei com a polícia, vieram vê-lo em 22 de outubro".
Finalmente, a família decidiu levá-lo à Somália, e ele deveria viajar no dia seguinte aos atentados.
"Decidi tirá-lo do país, então telefonei para a minha mãe, que não está aqui, está na Somália", contou o irmão.
A polícia confirmou que a família informou sobre seus problemas.
Torre de 1 km construída na Arábia Saudita será prédio mais alto do mundo
Chamado de "Nova York do Oriente Médio", o emirado de Dubai é conhecido mundialmente pelas extravagâncias, como o icônico Burj Khalifa, um gigante de concreto de 827 metros de altura.
Mas, em meio à rivalidade movida pelo dinheiro do petróleo, o título de prédio mais alto do mundo pode em breve trocar de mãos ─ e de país.
Quando estiver concluída, a Kingdom Tower (ou Jeddah Tower), na Arábia Saudita, terá 1 km de altura e 200 andares. A torre, que está sendo construída na cidade litorânea de Jedá, teve assegurado seu financiamento, o que permitirá a continuidade das obras, suspensas à espera da decisão.
Segundo um comunicado divulgado pelo governo saudita, 26 andares já foram erguidos. A previsão agora é que o edifício esteja pronto em 2020 a um custo de US$ 1,23 bilhão (R$ 4,6 bilhões).
O arranha-céu será a atração principal de um novo distrito da cidade, construído do zero e batizado de Jeddah City (ou Cidade de Jedá, em tradução livre).
Com esse acordo, vamos estabelecer um novo e inédito recorde no desenvolvimento imobiliário, o que cumpre o objetivo da empresa de criar um centro urbano de primeira linha, oferecendo um estilo de vida avançado. Isso permitirá que Jedá tenha um novo marco icônico que atraia pessoas de todas as esferas da sociedade com extensa quantidade de serviços e multiplicidade de utilizações", afirmou Mounib Hammoud, CEO da Jeddah Economic Company, estatal saudita que contratou o projeto.
Segundo o jornal saudita Saudi Gazette, o arranha-céu exigirá 80 mil toneladas de aço.
Construí-lo, no entanto, não será tarefa fácil.
Segundo engenheiros envolvidos na construção, foram necessárias fundações de 60 metros de profundidade para sustentar o edifício. Caso contrário, a ação da maresia, devido à proximidade com o mar, poderia corroer sua estrutura.
Por causa disso, a empreiteira responsável pela obra está testando diferentes tipos de concreto.
Além disso, outro obstáculo são os ventos. Quanto mais alto o andar, maior é a pressão.
Para enfrentar o problema, o formato da torre não será homogêneo.
Instituto onde atiradora da Califórnia estudou pede desculpas por ataque
A madrassa do Paquistão onde estudou Tashfeen Malik, responsável junto ao seu marido pela morte de 14 pessoas em San Bernardino (Califórnia), condenou nesta terça-feira (8) o ataque e disse que "não há espaço para este tipo de atos no Islã".
Antes de jurar fidelidade ao EI e de atirar indiscriminadamente em uma festa de Natal da cidade no dia 2 de dezembro, Malik, uma paquistanesa de 29 anos, estudou em 2013 no instituto Al Huda, uma das escolas corânicas mais conhecidas do país.
A escola, fundada em 1994, não está relacionada com organizações extremistas, embora tenha sido criticada por sua ideologia próxima aos talibãs.
"Era uma estudante trabalhadora, amistosa, atenta aos demais, obediente e positiva", disse a instituição em um comunicado, afirmando não entender como pôde fazer "uma coisa horrível que vai totalmente contra o Islã".
Depois de estudar Farmacologia em uma universidade de Multan entre 2007 e 2012, em 17 de abril de 2013 se inscreveu na Al Huda, na mesma cidade. Esta instituição acolhe mulheres de classe média que querem aprofundar seu conhecimento do Islã e também tem bases em Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Índia e Reino Unido.
No dia 3 de maio de 2013 deixou a escola, indicou a Al Hufa em um comunicado, e disse a sua professora que iria se casar em dois meses.
Em 2014 se casou com um americano de origem paquistanesa, Syed Farook, que morreu, como ela, baleado pela polícia durante o tiroteio.
União Europeia corre perigo e pode sumir, diz presidente da Eurocâmara
A União Europeia (UE) está em perigo e pode desaparecer com o avanço do populismo e da tentação nacionalista provocada pela crise migratória, advertiu o presidente do Parlamento Europeu, o alemão Martin Schulz.
A União Europeia está em perigo. Ninguém pode dizer se em 10 anos a UE continuará existindo tal qual", disse Schulz em entrevista ao jornal alemão Die Welt.
"Na UE há forças que trabalham para nos separar. Devemos evitar porque as consequências seriam dramáticas", completou.
A alternativa à atual UE seria uma "Europa do nacionalismo, uma Europa das fronteiras e dos muros", o que conduziu o continente à "catástrofe" no passado, afirmou Schulz.
Na entrevista, o presidente do Parlamento Europeu expressa preocupação com a falta de solidariedade na recepção de milhares de refugiados que viajam à Europa, assim como com a tendência de vários países da Europa Central de construir barreiras.
Também nesta terça, os ministros do Interior da França e da Alemanha afirmaram estar convencidos de que os fluxos de migrantes que chegam à Europa devem ser reduzidos, em uma carta conjunta enviada à Comissão Europeia.
"Rejeitamos com firmeza qualquer tipo de confusão entre terroristas e migrantes", escrevem o francês Bernard Cazeneuve e o alemão Thomas de Maizière nesta carta com data de 3 de dezembro, na qual também pedem uma "resposta comum" à crise dos refugiados e o reforço das operações da Frontex, a agência europeia de supervisão de fronteiras.
Papa dá início ao Ano Santo sob forte esquema de segurança
Dezenas de milhares de fiéis foram ao Vaticano nesta terça-feira (8), em meio a bloqueios e os mais rigorosos controles de segurança já registrados, para a abertura do Ano Santo pelo papa Francisco, que fez um apelo aos fiéis para que afastem o "medo e o pavor".
Desde o início da manhã, a polícia revistou peregrinos, jornalistas, diplomatas e até padres que entravam na área, em controles colocados a várias quadras da Praça São Pedro.
Algumas pessoas foram submetidas a duas revistas corporais e dos pertences enquanto seguiam até a praça.
Já era esperado que o Ano Santo Católico, ou Jubileu, atraísse milhões de pessoas a Roma, mas desta vez está começando semanas após os ataques em Paris e na Califórnia.
"O risco de terrorismo nunca poderá ser igual a zero. Não podemos garantir a segurança absoluta, mas estamos trabalhando para atingir o nível de segurança que as pessoas pedem com razão”, disse o chefe da polícia de Roma, Franco Gabrielli.
Em sua homilia na missa na praça, Francisco pediu aos fiéis que tenham coragem em suas vidas espirituais e diárias: "Deixemos de lado todo o medo e pavor, para não se apropriem de homens e mulheres que são amados. Em vez disso, vamos experimentar a alegria do encontro com a graça que transforma todas as coisas ", disse ele.
Durante as celebrações de um ano de duração do Jubileu, um dos eventos mais importantes para o 1,2 bilhão de católicos em todo o mundo, fiéis fazem peregrinações a Roma e outros locais da religião em todo o mundo.
Desde que a tradição começou, 700 anos atrás, este é o 29º Ano Santo da Igreja. O Papa declarou oficialmente o início do Ano Santo, após a Missa, com a abertura de uma "Porta Santa" da Basílica de São Pedro, que normalmente está emparedada.
Anos Santos normalmente ocorrem a cada 25 anos, a menos que um papa decrete um extraordinário para chamar a atenção para uma necessidade ou tema específico. O próximo Ano Santo estava programado para 2025, mas Francisco decidiu realizar um especial sobre o tema da misericórdia, uma das principais linhas de seu papado, que busca uma Igreja menos crítica e mais inclusiva.
Fortes medidas de segurança já eram esperadas, mas foram intensificadas após os ataques de militantes islamistas em Paris e na Califórnia.
O espaço aéreo sobre a maior parte de Roma foi fechado e as autoridades proibiram o transporte de gasolina, gás, armas, explosivos e fogos de artifício.
Uma área foi vetada aos veículos no entorno do Vaticano e as cestas de lixo foram tampadas ou removidas.
Centenas de chineses fogem do Vietnã e entram no Camboja
Centenas de chineses fugiram para o Camboja para escapar dos distúrbios anti-China no Vietnã, nos quais há informações de que pelo menos 20 pessoas foram mortas, informou a polícia do Camboja nesta quinta-feira (15).
"Ontem mais de 600 chineses vieram do Vietnã para o Camboja pelo posto internacional de controle de Bavet", disse à Reuters o porta-voz da Polícia Nacional, Kirt Chantharith.
"Eles estão em hospedarias e hotéis em Phnom Penh, e cerca de 100 pessoas permaneceram na cidade de Bavet", acrescentou. "Depois que a situação se acalmar, eles poderão voltar para o Vietnã ou ir para outros lugares."
Milhares de vietnamitas puseram fogo em fábricas estrangeiras e provocaram distúrbios em zonas industriais no sul e leste do país, reagindo com fúria à prospecção de petróleo pelos chineses numa parte do Mar do Sul da China reivindicada pelo Vietnã.
Da Bélgica a Gaza: O trajeto de um fuzil europeu até chegar às mãos de extremistas
Há três anos, especialistas em armas identificaram um fuzil belga de última geração nas mãos de militantes islâmicos na Faixa de Gaza.
Mas como uma organização listada como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos conseguiu esse armamento? O especialista Nic Jenzen-Jones e o repórter da BBC Thomas Martienssen rastrearam a jornada do fuzil.
Em 2 de outubro de 2012, a Brigada Al-Quds, braço armado da Jihad Islâmica, tomou as ruas de Rafah, no sul de Gaza, para marcar o 17º aniversário do assassinato de um integrante do grupo pelo Mossad, o serviço de inteligência de Israel.
Trata-se de um evento anual - uma parada militar onde os integrantes costumam exibir armas e munições mais recentes. E certamente havia algo novo naquela parada de 2012.
Entre o arsenal habitual de fuzis AK, metralhadoras de antigos regimes comunistas do Leste Europeu e rifles chineses, havia dois fuzis automáticos bem mais raros naquelas bandas - o belga F2000 e o russo AK-103.
Até então, essas duas armas raramente eram vistas com um mesmo grupo. Mas na guerra civil na Líbia, um ano antes, um F2000 Standard com lançador de granada LG1 havia sido documentado nas mãos de grupos favoráveis ao ex-líder Muammar Khaddafi e, depois, de forças rebeldes - bem como uma variação do AK-103, o AK-103-2.
Então como essas armas chegaram à Líbia, e como foram de lá até Gaza? Um ex-rebelde líbio, que aqui será chamado de Ahmed, pode contar parte desta história.
Após a queda de Trípoli para forças anti-Khaddafi, em agosto de 2011, a maior parte das facções rebeldes mudou o foco para o sul do país, para as cidades de Sirte e Sabha. Um dos últimos bastiões fiéis a Khaddafi, Sabha era o alvo seguinte para Ahmed e sua milícia.
dois dias depois. Perderam a maior parte da agitação, porém ouviram muitas histórias de um ex-estudante chamado Ali, jovem como Ahmed. Um desses casos era sobre um incidente registrado no dia anterior, no subúrbio sul de Sabha.
"Nós mantínhamos um checkpoint logo na saída de Sabha. Um carro chegou e o vidro se abaixou", disse Ali. "O homem disse ser um oficial da 32ª Brigada e pediu que o deixasse passar. Não tínhamos bandeiras revolucionárias na época, então eles devem ter pensado que éramos forças fiéis a Khaddafi."
Ali decidiu capturar o oficial e sua equipe, bem como seu armamento pessoal - dois modernos fuzis AK, uma pistola dourada e fuzis estranhos que chamavam, erroneamente, de "o FN francês".
A venda de armas belgas ao regime de Khaddafi havia sido acertada em maio de 2008.
A fabricante, FN Herstal, baseado em Liège, se comprometera a entregar 367 fuzis F2000 com lançador de granada, 367 submetralhadoras P90, 367 pistolas 5.7, 50 revólveres Browning "Renaissance", 30 metralhadoras leves Minimi, 2 mil lançadores não-letais FN 303 e mais de 1 milhão de diferentes munições. O pacote sairia por mais de 12 milhões de euros.
A ONU baniu a venda de armas à Líbia por muitos anos, mas o país africano voltou a ter algum crédito na comunidade internacional quando prometeu destruir suas armas químicas e descartar a produção de armamentos de destruição em massa. O embargo da ONU foi levantado em 2003, e um veto semelhante da Uniao Europeia caiu em 2004.
As armas belgas eram necessárias, segundo o governo da Líbia, para escoltar um comboio de ajuda humanitária até a conflituosa região de Darfur, no Sudão. A FN Herstal, maior exportadora de armas militares pequenas da Europa, diz que a venda foi legal, e que não foi a única empresa europeia a fazer negócios com a Líbia na época.
Em seis anos após o fim do embargo europeu, a União Europeia já havia concedido licenças de venda de armas para a Líbia no valor de 834 milhões de euros. Empresas no Reino Unido e na Itália estavam entre aquelas que aproveitaram a onda.
Em novembro de 2009, as armas do acordo belga desembarcaram na Líbia e foram equipar a 32ª Brigada, conhecida como brigada "Khamis" por ser comandada pelo filho mais novo de Khaddafi, Khamis Khaddafi.
Segundo a ONG Human Rights Watch, a brigada cometeria uma série de violações de direitos humanos, entre elas a execução sumária de 45 presos em Salahaddin, perto de Trípoli, em 23 de agosto de 2011.
A Rússia também vinha fornecendo armas à Líbia.
No final de 2003 ou início de 2004 - pouco depois do fim do embargo - a Líbia havia começado negociações para comprar um leque amplo de armas e munições, incluindo armamento antitanque e sistemas de defesa aérea portátil (Manpads). Um desses acordos incluiu o fuzil automático AK-103-2.
Um relatório obtido pela consultoria em inteligência Armaments Research Services (Ares), pela Human Rights Watch e por outras ONGs revelou que a Líbia fez pelo menos três pedidos por fuzis AK-103-2 em um contrato firmado em abril de 2004.
O primeiro pedido, em setembro de 2004, incluía 60 mil fuzis, cada um com quatro pentes, baioneta, kit de limpeza, alça e recipiente de óleo. Mas quando a guerra civil estourou na Líbia em 2011, já havia mais de 200 mil desses modernos fuzis espalhados pelo país.
Posteriormente, quando o conflito esfriou, Ahmed, Ali e seus companheiros combatentes entregaram a maioria de suas armas, incluindo um F2000, ao novo governo.
O segundo fuzil F2000 que Ali tinha capturado acabou sendo repassado a um traficante de armas em Misrata chamado Khaled, que estava angariando armamentos para doar a militantes na Faixa de Gaza.
Localizado pela consultoria Ares, por meio de uma fonte conhecedora do mercado de armas da Líbia, Khaled confirmou ter sido responsável por um envio de armas para Gaza, que incluiu um fuzil F2000 e um AK-103-2, entre outros modelos de AK-103, todos enviados gratuitamente.
"Enviamos para ajudar o povo de Gaza", disse ele.
Assim como o fuzil belga FN Herstal F2000 tinha sido identificado incorretamente pelos rebeldes na Líbia como a "FN francesa", o AK-103-2 foi classificado em 2012 em Gaza como o "israelense Kalashnikov". Khaled e seus amigos se deleitaram ao fornecer a militantes palestinos o que imaginavam ser uma arma israelense.
A Brigada Al-Quds continua a exibir essas armas. O AK-103-2 e o F2000 foram documentados em sua posse em agosto de 2015. O grupo confirmou recentemente que ainda dispõe do F2000.
Fuzis F2000 também têm aparecido nas mãos de militantes islâmicos na Península do Sinai, no Egito. Como aqueles em Gaza e na Líbia, os modelos receberam o lançador de granadas LG1 debaixo do cano.
Talvez não seja surpresa, dado o volume importado pela Líbia, mas os fuzis AK-103-2 são comuns no interior do país - foram empregados no assassinato, pelo grupo autodenominado Estado Islâmico, de 30 cristãos etíopes na Líbia em abril - e têm proliferado por toda a região do Oriente Médio e norte da África.
Integrantes do Hamas têm sido fotografados com essas armas, assim como combatentes palestinos em comitês de resistência popular e na Frente Popular para Libertação da Palestina.
Relatórios de um painel da ONU sobre a Líbia indicam, entretanto, registros da presença do AK-103 também no Mali, na Tunísia e na Nigéria.
Mas muitas outras armas, não apenas o F2000 e e AK-103-2, foram saqueadas de estoques da Líbia ou dominadas por milícias durante a guerra civil da Líbia. O regime líbio tinha se armado até os dentes e seu rápido colapso no curto e sangrento conflito de 2011 fez do país uma grande liquidação de armas para militantes em todo o mundo.
Ministério investiga 19 mortes de bebês com suspeita de microcefalia
O Ministério da Saúde investiga as mortes de 19 crianças com suspeitas de microcefalia desde o início do ano até o dia 5 de dezembro em oitos estados do país e se esses possíveis casos de malformação têm relação com o zika vírus. Em uma semana, o número de casos suspeitos de microcefalia passou de 1.248 para 1.761, um aumento de 41%.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. A microcefalia é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm – o esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34 cm.
O perímetro foi revisado pelo ministério no último dia 4. Antes, a microcefalia era apontada nos casos de circunferência craniana menor do que 33 cm.
Os casos de morte sob investigação são no Rio Grande do Norte (7), Sergipe (4), Rio de Janeiro (2), Bahia (2), Maranhão (1), Ceará (1), Paraíba (1) e Piauí (1).
Segundo o levantamento apresentado pela pasta, Pernambuco ainda é a unidade da federação que apresenta o maior número de casos (804) suspeitos da malformação. Em seguida, estão os estados de Paraíba (316), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (1).
Para o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, ainda pode demorar sair o resultado de uma vacina contra o zika vírus. “O tempo de desenvolvimento de vacina é um tempo longo porque os estudos clínicos são demorados. É algo em torno de dez anos, supondo que as coisas deem certo”, afirmou.
O número de casos de microcefalia notificados por ano no Brasil vinha se mantendo estável nos últimos cinco anos, e em uma quantidade bem menor do que os casos suspeitos registrados neste ano. Em 2010 foram 153 casos registrados de malformação no país; em 2011, 139; em 2012, 175; no ano seguinte, 167; e em 2014, 147.
Na última sexta-feira (4), o Ministério da Saúde informou que iria mudar os critérios que classificam uma criança como tendo microcefalia. A mudança passou a valer em todo o país nesta segunda-feira (7), quando foi fechado o texto de um novo protocolo a ser adotado por cada governo local.
Até então, a pasta considerava que bebês com circunferência da cabeça igual ou menor a 33 cm tinham a malformação. O novo parâmetro passa a apontar microcefalia em crianças com cabeça medindo 32 cm ou menos de circunferência.
Na prática, menos bebês vão ser considerados como suspeitos de apresentar a malformação. O diretor do ministério Cláudio Maierovitch afirmou que não há estimativa de quantos casos notificados deixam de ser considerados com suspeita de microcefalia com base nas novas medidas. “É uma proporção razoável.”
Alunos limpam salas, recolhem lixo e desocupam escola 'gigante' de SP
Estudantes da Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus, Zona Oeste de São Paulo, desocuparam o colégio no final da manhã desta terça-feira (8) após 19 dias de ocupação. Os alunos receberam representantes da Diretoria de Ensino que vistoriaram o prédio antes da desocupação. Escola mais ´"populosa" da rede pública do ensino na Grande São Paulo, com cerca de 3,3 mil alunos, a Gavião Peixoto reabre as portas para retomar as aulas nesta quarta-feira (9).
A escola não seria afetada pela reorganização escolar que o Governo do Estado de São Paulo iria promover na rede pública, mesmo assim os alunos decidiram ocupar a Gavião Peixoto no dia 19 de novembro em solidariedade aos protestos ocorridos em outras unidades. No último domingo (6), a escola recebeu artistas como Paulo Miklos e Chico César durante a Virada Ocupação. Na sexta-feira (5), o governador Geraldo Alckmin suspendeu a reorganização escolar.
A saída dos estudantes foi tranquila. Eles recolheram colchões, cobertores, vassouras, produtos de limpeza, alimentos. Varreram as salas de aula, ensacaram o lixo e levaram tudo para fora.
Pais e alunos aprovaram o movimento dos estudantes mas afirmaram da necessidade de terminar o ano letivo. "Acho que tudo é válido, eles lutaram por melhoria, mas isso atrapalhou as aulas. Essa escola é grande e poderia ser uma boa escola, mas não é. Meu filho estuda aqui à noite e meu filho de 10 anos vem pra cá no ano que vem", disse Roseli Soares, mãe de um aluno.
"Eu conheço algumas pessoas que participaram da ocupação, concordo com a luta por mudanças, mas poderia ser de outra forma porque prejudicou o andamento das aulas, com isso eu não concordo. É também porque parte do grupo já queria baderna, Eu passava aqui à noite e tinha pancadão", afirmou Claudia Miranda, professora e mãe de aluno.
"Acho que valeu a pena a ocupação porque precisa melhorar a escola. Eu não fiz parte do protesto, mas acho que mesmo ninguém gostando de estudar a escola precisa ser boa", disse um estudante.
Quatro dias após o governo de São Paulo decidir suspender do plano de reorganização das escolas estaduais, 145 colégios continuam ocupados pelos estudantes nesta terça-feira (8), segundo balanço da Secretaria de Educação. Desde segunda-feira (7), 43 escolas foram liberadas. Já o Sindicato dos Professores (Apeoesp) contabiliza 137 unidades ocupadas em todo o estado até o momento.
Como não existe uma liderança única, a decisão de sair é dos alunos de cada escola. Dos 43 colégios desocupados, 19 ficam em Sorocaba (SP), no interior. Apenas duas unidades seguem ocupadas por estudantes na cidade. Na noite de segunda, os alunos saíram da Diretoria Regional de Ensino e da E. E. Antônio Padilha, no Centro. Mas os funcionários encontraram o prédio com portas e grades arrombadas, e câmeras de segurança quebradas.
A Diretoria de Ensino disse que o estoque da cantina e o material de educação física também sumiram. A Polícia Civil vai investigar o que aconteceu em Sorocaba.
O governador Geraldo Alckmin suspendeu na sexta-feira (4) a reestruturação afetaria mais de 300 mil alunos. Na mesma data também foi divulgado pelo instituto Datafolha que o governador teve seu índice de popularidade mais baixo, com apenas 28% de aprovação.
No sábado (5), um decretou oficializou o adiamento das mudanças. Durante os protestos, a Polícia Militar (PM) foi criticada por agir com truculência com os estudantes que interditaram vias públicas da capital paulista.
Alckmin disse que irá dialogar com pais e alunos no ano que vem a respeito da reorganização da rede de ensino estadual e que os estudantes permanecerão em suas unidades em 2016.
Após o governador suspender a reforma da rede de ensino, o secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, pediu para deixar o cargo. A carta com o pedido de demissão foi entregue ao governador, que aceitou a decisão de Voorwald. Alckmin deve anunciar o nome do novo secretário no início desta semana.
O governo paulista defende que a reorganização vai melhorar o ensino. Os alunos, porém, contestam e reclamam que não foram ouvidos pelo governo sobre as mudanças e sobre o fechamento das unidades onde estudam. Em protesto, eles passaram a ocupar, desde 9 de novembro, escolas em todo o estado.
Família busca informações sobre jovem desaparecida na Rocinha
A família busca informações que possam levar ao paradeiro de Bruna Neves Ferreira dos Santos, de 25 anos, que desapareceu na última terça-feira (1º), na Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Parentes e amigos estão divulgando a imagem da jovem em redes sociais em busca de uma pista que possa levar a ela.
De acordo com a irmã de Bruna, Juliana Ferreira de Almeida, ela foi vista pela última vez na Rua 1. “Ela saiu de casa dizendo que ia pegar dinheiro com o pai dela, mas não voltou. Eu e o marido dela procuramos em todos os lugares, mas não a encontramos”, afirmou Juliana.
Desde então, os três filhos de Bruna estão sendo cuidados por Juliana. São crianças com idades de três anos, um ano e 11 meses e quatro meses. “Eles perguntam pela mãe e choram, eles a chamam toda hora. Mas como também são agarrados comigo, isso acaba ajudando a consolar um pouco a saudade”.
Juliana soube na sexta-feira (4) que a jovem estava desaparecida. Bruna morava com o marido, que acreditava que ela estava na casa da irmã ou da mãe, que também mora na comunidade. Com ele, Juliana procurou a polícia. Ela afirmou que Bruna tinha um comportamento caseiro e nunca havia desaparecido antes.
Renato Ferreira, tio das duas irmãs, postou um apelo nas redes sociais em busca da sobrinha na manhã desta terça (8). Até o fechamento desta reportagem, a publicação atingiu 48 compartilhamentos. “É uma tentativa de divulgar o caso”, afirmou ele.
Desde que Bruna desapareceu, a família tem circulado em vários pontos da Rocinha em busca de pistas. “Fui da Rocinha até o Vidigal a pé em busca da minha irmã, mas não encontrei nada”, afirmou Juliana.
De acordo com a família, o caso foi registrado na 11ª DP (Rocinha). A polícia não confirmou até a publicação desta reportagem se havia ou não registro do desaparecimento de Bruna. Quem tiver informações sobre o paradeiro de Bruna Neves Ferreira dos Santos deve buscar uma delegacia ou pode ligar para o Disque-Denúncia, no número (21) 2253-1177.
Dois estrangeiros são feridos em assalto a hostel no Pelourinho
Um português foi baleado e um norte-americano esfaqueado em assalto ocorrido em um hostel no Pelourinho, em Salvador, na madrugada desta terça-feira (8). De acordo com a Polícia Militar, os turistas estavam na área externa do local quando os assaltantes pularam o muro e anunciaram o assalto. A invasão ocorreu por volta das 4h56.
O assalto ocorreu na Rua dos Passos, Pelourinho, ao lado da garagem do 18º Batalhão de Polícia Militar.
De acordo com a polícia, o turista norte-americano teria reagido e entrado em luta corporal com um dos bandidos antes de ser atingido por faca no braço direito e nas costas. Ele havia chegado ao hostel na segunda-feira (7).
Já o turista português foi baleado na lombar. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), ambos foram internados no Hospital Geral do Estado e já receberam alta.
Segundo hóspedes do local, cerca de 25 pessoas estavam dormindo no momento do assalto e foram acordadas por criminosos com armas em punho. O muro que os bandidos pularam para o hostel fica na garagem do Batalhão. Objetos pessoais e celulares foram levados de hóspedes.
Até a publicação desta reportagem, os suspeitos ainda não tinham sido presos.
Em nota, a Secretaria de Comunicação do Estado informou que a delegada Cristiane Inocêncio, da Delegacia do Turista (Deltur), é responsável pela investigação.
Duas equipes estão diretamente envolvidas no caso e na assistência às vítimas. As imagens das câmeras de segurança do local são utilizadas para identificar os criminosos.
Após 32 anos, mãe localiza filha que deu para adoção: 'que ela me perdoe
Por 32 anos a manicure Priscila de Faria, moradora de São Carlos (SP), teve dúvidas quanto à mãe biológica. Ela não tinha conhecimento de sua origem e nem a oportunidade de agradecer por ter sido entregue à adoção, mas tudo mudou nesta semana, quando as duas tiveram um reencontro virtual. "Peço que ela perdoe o que eu fiz", disse Leonilda Pereira Vaz em uma entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná. Ainda não há previsão para o reencontro de mãe e filha.
Nascida no Paraná, Priscila foi entregue para a adoção quando tinha menos de dois anos e ainda em Curitiba tentou procurar pela mãe biológica duas vezes, mas não obteve sucesso.
Leonilda Pereira Vaz, mãe biológica de Priscila, que hoje vive em São Carlos
Priscila procurou a mãe duas vezes, mas não conseguiu localizá-la
Aos 13 anos, fui atrás, não achei nada e meio que desisti. Depois de casada, eu procurei mais uma vez, a gente teve uma informação, fomos atrás, mas não achamos nada e aí eu desisti”, contou a manicure, que se mudou para o interior de São Paulo há oito anos.
A intenção do contato, disse a filha, era agradecer a mãe, não culpá-la pela atitude. “Ela teve coragem numa época que não é como hoje, hoje em dia é comum ser mãe solteira, hoje em dia é comum uma mulher ser chefe de família, naquela época não era. Eu entendo o lado dela, eu sempre pensei que foi muito difícil ela abrir mão”.
Suspeitos de vender remédio ilegal contra o câncer são presos no DF
Policiais civis do Distrito Federal prenderam nesta terça-feira (8) integrantes de uma família suspeita de produzir e comercializar medicamentos sem registro com promessas de cura do câncer. O esquema era chefiado a partir de uma chácara em Sobradinho e o produto, vendido para todo o país e até para o exterior. A fosfoetanolamina não foi testada em humanos e não tem registro para venda no Brasil.
O faturamento do grupo é estimado em R$ 900 mil mensais. Cada frasco com os comprimidos era vendido por até R$ 180. Segundo a polícia, o laboratório funcionava na cidade de Conchal, no interior de São Paulo. O suposto esquema era investigado pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor e a Fraudes (Corf) da Polícia Civil.
O laboratório em SP era chefiado por um químico de 50 anos, irmão do coordenador da quadrilha no DF, segundo a polícia. A fórmula para a produção da fosfoetanolamina teria sido furtada de um laboratório da USP pelo químico. Até a tarde desta terça, a Polícia Civil ainda apurava se a "receita" tinha sido seguida à risca pelo grupo.
Os irmãos foram presos no DF e em SP nesta terça. Até esta terça, continuavam foragidos uma irmã da dupla, o filho e a mulher de um dos homens. Os suspeitos serão indiciados por associação criminosa e venda ilegal de medicamentos. Se condenados, podem pegar até 23 anos de prisão.
A eficácia da fosfoetanolamina no combate ao câncer não foi comprovada até o momento e a substância ainda passa por estudos no país. Em outubro, o Ministério da Saúde anunciou a criação de um grupo de trabalho para estudar o composto químico.
Distribuída pela USP de São Carlos por causa de decisões judiciais, a fosfoetanolamina é alardeada como cura para diversos tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos.
A recomendação do ministério é que as pessoas não façam uso da substância até que os estudos sejam concluídos. O ministro Marcelo Castro afirmou ainda que a preocupação da pasta é que as pessoas deixem de lado os tratamentos já estabelecidos para aderir à substância, que ainda não tem eficácia comprovada.
A existência de relatos de cura entre pacientes que recorreram à fosfoetanolamina não comprova a eficácia da substância contra o câncer. Estudos com seres humanos necessários para que uma substância seja considerada um medicamento, chamados testes clínicos, têm planejamento e controle rigorosos, além de um acompanhamento contínuo dos pacientes.
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