GIRO DE NOTÍCIAS
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 13, a Operação Humo, para desarticular rede de distribuidores de cigarro de origem paraguaia com atuação nos três estados da região sul e no Uruguai.
São cumpridos 53 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Cerca de 200 policiais federais e 80 policiais rodoviários federais participam da ação.
São alvos da ação policial os depósitos de mercadorias, estabelecimentos comerciais e endereços residenciais vinculados aos investigados. Também são objetos da Operação o sequestro de bens (32 veículos) e o bloqueio de valores de contas bancárias de 16 pessoas.
O inquérito foi instaurado pela Polícia Federal no Chuí em setembro de 2017, a partir da apreensão de uma carga de 70 mil cigarros contrabandeados, que seria distribuída no Uruguai, onde essa mercadoria é vendida por valor mais alto do que no Brasil. A partir dessa apreensão, os investigadores iniciaram o mapeamento de uma grande rede de distribuição da mercadoria ilegal para diversos pontos do Rio Grande do Sul, principalmente para Porto Alegre e região metropolitana, Pelotas, Rio Grande, litoral sul do Estado e cidades da fronteira com o Uruguai. Também foram identificados distribuidores do contrabando em Foz do Iguaçu e Marumbi, no Paraná, e na cidade catarinense de Palhoça.
Desde o início da investigação, foram apreendidos pela PF e pela PRF mais de 1,4 milhão de maços de cigarro, presas 34 pessoas em flagrante e apreendidos 31 veículos avaliados em mais de 900 mil reais, no âmbito da Operação Humo. Somente com essas apreensões, a estimativa de créditos tributários evadidos supera 10 milhões de reais.
Os crimes investigados na Operação Humo são contrabando, organização criminosa, corrupção de menores, lavagem de capitais e falsidade ideológica.
O TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo acolheu recurso da defesa e a psicóloga Natalia Mingoni Ponte, mãe de Joaquim Ponte Marques, 3, morto em 2013 em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), não será mais acusada de homicídio doloso -intencional.
Com o acolhimento do recurso, nesta segunda-feira (11), Natalia será julgada por homicídio culposo, sem intenção de matar. A acusação de crime doloso contra o padrasto de Joaquim, Guilherme Raymo Longo, não sofreu alteração. Cabe recurso.
O menino Joaquim desapareceu de casa, em Ribeirão, em 5 de novembro de 2013, e seu corpo foi encontrado cinco dias depois, no rio Pardo, em Barretos (a 423 km de São Paulo).
Para o Ministério Público, Longo matou o enteado, que era diabético, com uma alta dosagem de insulina, ainda dentro da casa da família, no Jardim Independência.
Após a morte de Joaquim, ainda conforme a Promotoria, o padrasto jogou o corpo da criança no córrego Tanquinho, localizado a cerca de 200 m de onde a família morava e, de lá, ele teria sido levado até o ribeirão Preto, afluente do rio Pardo. O local de encontro do corpo fica a cerca de 150 quilômetros de Ribeirão.
Longo foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, enquanto Natalia foi denunciada por suposta omissão. Em uma entrevista a uma emissora de TV, ele confessou o crime, fugiu do país e foi capturado na Espanha.
Com a decisão judicial, o advogado Alexandre Durante, que representa o pai de Joaquim, Arthur Paes, disse que dificilmente Natalia será presa em caso de condenação.
"O TJ foi complacente com Natalia em relação a tudo que foi produzido contra ela. Nessa situação, de passar [a tipificação] para culposo, a pena é de 1 a 3 anos, não passaria disso, sendo que os elementos essenciais para que fosse a júri estão no processo, como a questão da omissão", afirmou.
No caso de homicídio doloso, a eventual condenação poderia ser de até 30 anos de prisão.
Após a repercussão do crime, a mãe de Joaquim se mudou para São Joaquim da Barra, cidade da região de Ribeirão Preto, para morar com os pais e um filho, fruto do relacionamento com Longo.
O advogado afirmou que estuda a possibilidade de recurso para que Natalia seja julgada por homicídio doloso. "Seria de bom tom que ela fosse levada a júri, assim como o Guilherme [Longo]", disse.
O temporal com fortes ventos que voltou a atingir cidades gaúchas na madrugada desta terça-feira, 12, foi classicado como tornado de categoria F3 - a escala Fujita vai até F5 -, segundo a MetSul Meteorologia. Duas pessoas morreram e centenas de residências foram destelhadas pela força do fenômeno. As regiões mais atingidas, segundo a Defesa Civil do Estado, foram o Vale do Caí, Serra, Centro e Norte do Rio Grande do Sul.
No município de Ciríaco, localizado a 280km de Porto Alegre, um homem de 54 anos, identificado como José Alves Nunes, morreu após sua casa de madeira desabar devido aos fortes ventos. Na cidade de Sarandi, região norte do Estado, uma idosa de 69 anos morreu também devido ao desabamento de sua residência.
Devido à força dos ventos, caminhões que circulavam na rodovia entre os municípios de Coxilha e Tapejara foram arremessados da pista. Na pequena cidade de Água Santa, a 320 km ao norte de Porto Alegre, o tornado destruiu ao menos dez aviários, causando a morte de mais de 220 mil frangos.
Dados da Defesa Civil do RS contabilizam 21 municípios afetados pelos temporais e 984 casas atingidas desde domingo, 10, em todo o Estado. Na cidade de Tupanciretã, na região central, o vendaval com chuva de granizo ocorrido por volta das 5h desta manhã destelhou cerca de 400 residências e as aulas da rede municipal tiveram de ser canceladas. Conforme os Bombeiros, a chuva de granizo durou cerca de cinco minutos, tempo suficiente para fazer estragos em telhados, automóveis e em alguns prédios públicos.
No município de Santa Rosa, ao Norte do Estado, ao menos 50 residências tiveram seus telhados danificados. Durante a manhã desta terça, a Defesa Civil havia distribuído cerca de 2 mil metros de lonas para a população atingida. Telhas e agasalhos para o frio também foram entregues aos moradores.
Um apartamento, na região central da cidade, ficou completamente destruído após pegar fogo na madrugada desta quarta-feira, 13.
O incêndio começou por volta das 3h da madrugada no 2º andar de um edifício no Viaduto Dona Paulina, região da Sé. Uma pessoa foi levada à Santa Casa de SP por inalar fumaça.
Segundo o Corpo de Bombeiros , nove viaturas trabalharam no combate ao fogo que foi totalmente extinto por volta das 3h30. As equipes permaneceram no local da ocorrência até às 5h fazendo o trabalho de rescaldo.
Na tarde de domingo, 10, um outro apartamento na região da Sé, centro de São Paulo pegou fogo . Onze pessoas ficaram feridas e um pai pulou com o filho bebê pela janela do imóvel que pegava fogo para se salvar. Eles foram levados para atendimento na Santa Casa: o adulto tinha uma fratura na clavícula e traumatismo craniano. Outros sete foram atendidos no local após terem inalado fumaça e foram liberados. Os demais foram levados a outras unidades de saúde e não tiveram o estado de saúde divulgado.
Um homem de 40 anos caiu em uma cisterna de cerca de 22 metros de profundidade, na noite de terça-feira (12), em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. A informação é do Corpo de Bombeiros Militares da Bahia, que fez o socorro da vítima.
Não há detalhes de como o homem caiu na cisterna, mas os bombeiros informaram que a vítima conseguiu ficar na superfície da água que estava acumulada no local, a 13 metros de profundidade.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e também prestou atendimento ao homem, que foi encaminhado para uma unidade de saúde. Não há informações do hospital nem do estado de saúde da vítima.
O número de pessoas feridas com agulhadas entre a sexta-feira (8) e esta quarta-feira (13) no São João 2018 de Campina Grande já chega a 29. As vítimas foram atendidas no Hospital de Trauma de Campina Grande. A infectologista Priscila de Sá afirmou que as vítimas sentiram as furadas e, logo depois, foram ao hospital em busca de ajuda.
Priscila destacou também que foi registrado um protocolo de acidente por agulha possivelmente contaminada e o hospital deve fornecer aos pacientes a medicação necessária para evitar infecção pelo vírus HIV.
O capitão da Polícia Militar, Jhonata Yassaki, garantiu que as denúncias estão sendo apuradas e destacou que as ocorrências não foram notificadas na Polícia Militar, pois as vítimas foram em busca de atendimento médico imediato. As imagens das câmeras de segurança do Parque do Povo estão sendo analisadas.
A empresa responsável pela organização do evento, a Aliança, divulgou uma nota informando que estava trabalhando em conjunto com a Polícia Militar para investigar os casos.
O inspetor chefe da DCOD (Delegacia de Combate à Drogas) foi morto com um tiro na cabeça na tarde desta terça-feira (12) no Rio.
Ellery de Ramos Lemos foi atingido durante uma operação na favela de Acari, na zona norte do Rio. Ele foi socorrido ao hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, zona oeste, mas já chegou ao local morto.
A Polícia Civil do Rio ainda não informou se Lemos deixa esposa e filhos, nem há quanto tempo ele integrava as fileiras da corporação. Lemos chefiava investigações sobre quadrilhas de traficantes que atuam nas favelas cariocas. Seu posto fica abaixo do de delegado.
Lemos é o terceiro policial civil morto este ano. A estatística, contudo, é menor do que a de policiais militares mortos no período. Somente este ano, 56 PMs morreram no estado, a maior parte durante o período de folga.
Lemos foi morto durante uma operação da DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas), cujo objetivo seria averiguar informações e denúncias sobre investigações ainda em andamento. É comum que equipes de outras delegacias deem apoio em ações desse tipo, principalmente quando os objetivos são convergentes.
Não houve prisões ou apreensões divulgadas até o momento, bem como relatos de feridos ou outros mortos. Nas redes sociais, moradores locais relataram intensos tiroteios na região.
Equipes da Polícia Civil de outras delegacias foram enviados para a região para buscar criminosos que tenham participado do confronto que vitimou o inspetor da DCOD.
A operação estava em curso até às 17h. Bandidos em fuga teriam lançado uma granada na via, que não explodiu. Procurada, a Polícia Civil ainda não divulgou um balanço da operação.
Publicidade
As outras duas mortes de policiais civis neste ano ocorreram em janeiro. O agente Renato Laelson foi morto após reagir a um assalto em um supermercado em Benfica, zona norte do Rio. Já o delegado Fábio Monteiro foi achado morto dentro do porta-malas de seu carro, próximo da favela do Arará, também em Benfica. Com informações da Folhapress.
m acidente deixou feridos na manhã desta quarta-feira (13) na Rodovia Fernão Dias, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o Corpo de Bombeiros, duas carretas e dez carros se envolveram na batida, na altura do quilômetro 492.
Conforme a Autopista Fernão Dias, concessionária que administra o trecho, às 11h20, havia cerca de cinco quilômetros de congestionamento no local.
A corporação informou que ao menos cinco pessoas tiveram ferimentos. Ainda segundo os militares, o acidente ocorreu no sentido São Paulo e o trecho conhecido como Contorno de Betim estava parcialmente interditado por volta das 10h50.
“Havia um caminhão parado no acostamento da alça viária, num acidente na marginal, e outro caminhão transportando cebola tentou reduzir por causa desse acidente, e veio a abalroar uma Kombi que estava na pista. Ele perdeu o controle da direção e consequentemente atingiu mais nove veículos que estavam nas pistas de rolamento”, contou o tenente Fábio Faria.
De acordo com o bombeiro, as vítimas não tiveram ferimentos graves e foram socorridos para um hospital de Betim. Por volta de 11h, o tenente informou que os veículos estavam sendo retirados na via e disse que a corporação estava monitorando a possibilidade de incêndio por causa do óleo na pista.
oradores da comunidade do Mosquito, na Zona Oeste de Natal, jogaram um corpo no meio da Avenida Felizardo Moura e atearam fogo em entulhos, interrompendo o trânsito nos dois sentidos. A via, uma das mais movimentadas da região, liga as zonas Oeste e Norte da cidade. A comunidade diz que o corpo é de um adolescente que foi morto na manhã desta quarta (13) durante um confronto entre bandidos e policiais militares. Contudo, o rapaz seria inocente.
A troca de tiros aconteceu por volta das 5h, após policiais do Batalhão de Choque, que estavam em patrulhamento na comunidade, serem atacados. A equipe chamou reforços e houve revide. No confronto, três criminosos foram baleados. Eles ainda foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. Outros suspeitos foram presos e armas e drogas apreendidas.
Após a saída dos policiais, os moradores encontraram o corpo do adolescente. A vizinhança alega que o rapaz morto não participou do confronto, e que seria inocente. Em protesto pela morte, o corpo foi jogado sobre a avenida.
Equipes do Corpo de Bombeiros e do Instituto Técnico-Científico de Perícia foram acionadas. Policiais militares ajudaram a desobstruir a avenida. Por volta das 8h50, uma faixa de cada pista havia sido liberada.
No Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a partir desta terça-feira não se faz mais qualquer cintilografia óssea, exame necessário para saber se pacientes com câncer de mama, próstata ou pulmão tiveram a doença espalhada para os ossos, uma metástase que pode ocorrer no caso destas três enfermidades. Só com o exame é possível decidir qual o tratamento mais adequado para estes pacientes, mas ele não pode mais ser feito porque o metilenodifosfonato (MDP), radiofármaco usado no teste, está em falta. E não apenas neste hospital, onde 50 exames do tipo são feitos por semana e 40 já tiveram que ser remarcados. Sua fabricação está suspensa no país.
O MDP é fabricado e comercializado no Brasil pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), uma autarquia vinculada ao Governo do Estado de São Paulo e gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). No último dia 18 de maio, o órgão foi impedido de fabricar 16 radiofármacos (substâncias que usam elementos radioativos) pela Anvisa e pela
Covisa, órgãos de Vigilância em Saúde do Governo Federal e da Prefeitura de São Paulo. A interdição ocorreu porque a estrutura destas linhas de produção e o número de funcionários foi considerado inadequado pelos órgãos. O IPEN afirma que não há qualquer risco no trabalho que executa e diz que está em processo de readequação e de contratação de funcionários terceirizados.
A interdição afetou quase metade dos 38 produtos fabricados pelo instituto, explica o superintendente do IPEN, Wilson Calvo. São 14 reagentes liofilizados, sendo nove de fabricação exclusiva do instituto no Brasil, fluoreto, também só fabricado e comercializado pelo IPEN, e o fluor 18 com marcador de glicose. Eles são usados para inúmeros exames, como a cintilografia óssea, a cintilografia hepatobiliar (auxilia o diagnóstico de fibrose cística e de obstrução biliar), cintilografia pulmonar (para diagnosticar embolia ou enfisema pulmonar), cintilografia de perfusão cerebral (ajuda a diagnosticar doenças como o
Alzheimer), entre outras. De todos os radiofármacos cuja a comercialização foi proibida, seis são os que possuem a situação mais crítica, segundo Calvo. São os mais usados no país e não há outra forma de obtê-los sem que seja pelo IPEN. Alguns deles tem estoque — de produtos fabricados antes da interdição— por apenas mais três semanas.
Contudo, o estoque de MDP, que abastece 430 hospitais e clínicas no país, acabou. "Este é o primeiro de muitos problemas que poderemos ter", aponta Celso Darío Ramos, diretor do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Clínicas da Unicamp. "Desde a semana passada procuramos otimizar os exames e jogar os menos urgentes para frente. Nesta segunda, usamos as últimas doses e tivemos que começar a remarcar os pacientes marcados a partir de terça-feira. A cintilografia óssea é um exame muito usado para definir a conduta de tratamento nos casos de câncer de mama, próstata e pulmão, três tumores muito frequentes", diz.
Segundo o diretor, pacientes com estas três enfermidades podem ter metástase (quando o câncer se espalha) nos ossos. Quando esse é o caso (e só a cintilografia pode apontar isso), se evita a retirada do tumor por cirurgia para que o tratamento seja iniciado por quimioterapia, mais abrangente. Quando não há metástase, se faz a cirurgia. "Se isso continuar, vai acontecer um dilema. O colega que trata o paciente vai ter que optar. Ele pode achar que o paciente está muito debilitado, pode ter metástase, e não deve fazer a cirurgia, quando pode ser que o câncer não tenha se espalhado. Ou ele vai decidir operar e descobrir que o câncer havia se espalhado para os ossos e agora ele tem um paciente muito debilitado pela cirurgia agressiva para poder começar a quimio", explica.
No Hospital Universitário de Santa Maria (Rio Grande do Sul), que pertence à universidade federal, as escolhas já começaram, explica a médica Clarissa Pereira Bornemann, responsável técnica pelo Serviço de Medicina Nuclear do local. "Temos otimizado ao máximo o uso dos materiais. Teve uma criança de 6 anos que foi liberada da internação hospitalar sem fazer a cintilografia óssea. O exame seria feito pra descartar uma infecção óssea, que chamamos de osteomielite", conta ela. "Ela voltou dias depois, de casa, para fazer o exame que, felizmente, não demonstrou evidência de infecção."
O problema entre os órgãos de vigilância e o IPEN não é novo, explica a Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) da Prefeitura de São Paulo, que atuou na interdição parcial do centro de radiofarmácia do IPEN ao lado da Anvisa. O órgão, que afirma que a medida teve como objetivo garantir o controle sanitário dos produtos, explica que em agosto de 2016 fez uma inspeção conjunta no local e identificou "diversas não conformidades no cumprimento da legislação". Para que a situação fosse regularizada, o instituto firmou um Termo de Compromisso de Adequação (TAC), dividido em duas etapas. O objetivo era a readequação do quadro de funcionários e de procedimentos da legislação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, uma norma de 2009.
Segundo a Covisa, a primeira etapa terminou em 31 de março de 2017, sem o cumprimento integral. A segunda, que deve ser concluída em 31 de agosto deste ano, também não vem sendo totalmente atendida, afirmou o órgão em nota. De acordo com a Covisa, em 2017 e 2018 foram realizadas diversas inspeções para verificar as adequações acordadas, "porém restam itens importantes a serem cumpridos." "Cabe destacar que antes da interdição todas as orientações técnicas foram fornecidas ao IPEN, sem contudo ter sido alcançada a totalidade da regularização das não conformidades, observando-se, inclusive, um agravamento da situação atual, o que culminou na interdição. A Covisa segue acompanhando o andamento das adequações necessárias para viabilizar a desinterdição o mais brevemente possível", destacou o texto.
Calvo, superintendente do IPEN, diz que o órgão tem feito esforços de modernização e contratação de novos funcionários, mas precisa de mais tempo para se readequar às normas da Anvisa. "O IPEN vem trabalhando para resolver isso o mais rapidamente possível. Mas é um trabalho que demanda tempo, não é algo imediato. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações investiu 17,6 milhões de reais e vai investir mais 50 milhões nas linhas de produção. Também conseguimos mais 13,6 milhões da Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo]", diz ele, que ressalta que foram feitas parcerias para a chegada de novos funcionários e há um processo de contratação de funcionários terceirizados, que trará mais 16 pessoas para o time (três já estão trabalhando). "O que temos pedido nas reuniões com os órgãos é que o TAC seja renegociado."
O superintendente ressalta que nunca houve qualquer problema com qualquer radiofármaco produzido pelo IPEN. "Eles entendem que a falta de pessoas pode levar a uma possível falha, mas se isso tiver que ter alguma consequência vai ser na redução de produtos produzidos, não na qualidade dos produtos". Segundo ele, seriam necessários para completar este quadro de funcionários mais 40 servidores, ou seja um acréscimo de 50% no número de funcionários atual (80).
"O IPEN tem profissionais sensacionais e a qualidade de seus radiofármacos é brilhante. Mas falta repor gente que se aposentou ao longo dos anos, não houve concursos públicos", destaca Juliano Cerci, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear. A instituição avalia que se o impasse continuar, até dois milhões de exames imprescindíveis para o tratamento oncológico podem ser prejudicados—volume do que é feito em um ano. "A Anvisa jamais poderia ter tomado uma atitude dessas e deixar os pacientes sem estes exames", afirma Cerci.
Comentários
Postar um comentário