FUTEBOL 2017

NA REABERTURA DA ARENA CONDÁ, CHAPECOENSE E PALMEIRAS EMPATAM EM AMISTOSO

Abalada por um acidente aéreo no final de novembro de 2016, a Chapecoense voltou a entrar em campo na tarde deste sábado. Na Arena Condá, diante dos sobreviventes da tragédia, o time catarinense empatou por 2 a 2 com o Palmeiras, atual campeão brasileiro.

O primeiro jogo após o acidente foi marcado por uma série de homenagens às vítimas. De um camarote, Alan Ruschel, Neto e Jackson Follmann viram o empate com gols de Raphael Veiga, Douglas Grolli, Amaral e Vitinho. O amistoso marcou as estreias de Eduardo Baptista e Felipe Melo pelo Palmeiras.

Às 21h30 (de Brasília) da próxima quinta-feira, na Arena Condá, a Chapecoense estreia na Primeira Liga diante do Joinville. Já o Palmeiras, em preparação para o Campeonato Paulista, encara a Ponte Preta em novo amistoso às 17 horas de domingo, no Palestra Itália.

SENTIMENTO PALMEIRENSE

O Palmeiras foi o primeiro adversário da Chapecoense após o acidente aéreo que vitimou a delegação do time catarinense. Após o empate por 2 a 2 na tarde deste sábado, os integrantes do clube palestrino relataram a emoção e a tristeza que sentiram na Arena Condá.

“Esperamos ter ajudado, mas vou embora como cheguei: triste. Perdi muitos amigos, rapazes que estudaram comigo, atletas, pessoas que conhecia. Fiquei feliz por ver os sobreviventes, mas o sentimento é de tristeza. Foi um clima muito difícil. Rezo para que tenham força para superar essa situação”, afirmou o técnico Eduardo Baptista.

O amistoso disputado na Arena Condá foi marcado por uma série de homenagens às vítimas do acidente aéreo ocorrido nas imediações de Medellín. Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, participou dos eventos realizados antes do amistoso em Chapecó.

“Foi um momento de muita emoção, de muito sentimento. Uma honra para o Palmeiras, mas realmente um momento muito duro e de tristeza para os familiares envolvidos diretamente na tragédia”, afirmou o presidente, para quem a performance do time em campo ficou em segundo plano.

“Os valores envolvidos nesse jogo são imensuráveis. A partida em si para nós valeu muito mais por estar aqui nesse momento e por poder contribuir com a Chapecoense. O Palmeiras não vai medir esforços para ajudar nesse processo”, completou Galiotte.

Diante da Chapecoense, o goleiro Fernando Prass, devidamente recuperado de lesão, voltou a atuar como titular do Palmeiras. Durante o aquecimento na Arena Condá, nos momentos que antecederam o início da partida, o experiente camisa 1 precisou conter a emoção.

“É claro que gostamos de poder participar ativamente de tudo isso, mas foi difícil. No aquecimento, eu evitava olhar para o palco com os familiares e crianças. Você começa a se colocar no lugar daquelas pessoas e a entender um pouco do que está acontecendo. É difícil, mas vida que segue”, declarou Prass à ESPN Brasil.

PREMIADOS, RUSCHEL, FOLLMANN E NETO SE EMOCIONAM COM VOLTA DA CHAPÉ

O amistoso entre Chapecoense e Palmeiras, disputado na tarde deste sábado, foi marcado por uma série de homenagens às vítimas do acidente aéreo sofrido pela delegação da equipe catarinense. Premiados pelo título da Copa Sul-Americana, os sobreviventes Alan Ruschel, Neto e Jackson Follmann ficaram emocionados.

Finalista do torneio, a Chapecoense foi declarada campeã pela Conmebol. Antes do amistoso contra o Palmeiras, os parentes dos jogadores falecidos e os três sobreviventes foram premiados com medalhas pelo título continental. Follmann, sentado em uma cadeira de rodas, recebeu o troféu.

“Essa medalha vai muito além de um título e uma vaga na Libertadores. Fica a luta, o suor, a dedicação, o respeito e tudo de bom que aquele grupo tinha. Fica a amizade, os momentos bons e os momentos ruins, nos quais a gente se fechava ainda mais”, disse Neto.

Jackson Follmann, ainda debilitado, é o único dos sobreviventes que permanece internado e tem alta prevista para a próxima terça-feira. Emocionado, o ex-goleiro deixou o gramado da Arena Condá com a taça de campeão da Copa Sul-Americana no colo.

“Ainda estou no hospital e participar de um evento como esse foi uma emoção grande. A gente sempre estava aqui treinando e jogando. Receber uma homenagem bonita como essa é emocionante e não tem como evitar as lágrimas. Estou me recuperando e, se Deus quiser, logo vou estar com todo o mundo”, afirmou.

Questionado se já pensa na possibilidade de retomar suas atividades normalmente, o lateral esquerdo Alan Ruschel não hesitou ao responder afirmativamente. Por outro lado, o jogador de 27 anos de idade preferiu não estabelecer um prazo para voltar aos gramados.

“Penso, sim. Os médicos me deram seis meses de recuperação para voltar a jogar, mas eu entreguei nas mãos de Deus. Que seja feita a vontade Dele. Se tiver que esperar quatro, cinco, seis, oito meses… Estou me preparando e fazendo tudo da maneira correta”, explicou.