GIROS DE NOTÍCIAS
Os Estados Unidos já registram mais de 700 mil mortes causadas pela Covid-19. O número supera o total de óbitos ocorrido no país durante a pandemia de gripe espanhola (1918-1920), estimado em 675 mil pessoas. Cem mil das 700 mil mortes foram assinaladas nos últimos três meses. A maior parte aconteceu entre a população não vacinada, concentrada especialmente nos estados do sul. Florida, Mississipi, Louisiana e Arkansas lideram a lista dos estados com maiores índices de óbitos. Além disso, há uma mudança importante no perfil das vítimas: a maioria tem menos de 55 anos e muitos deles sem fatores de risco que podem agravar a evolução da enfermidade. Do início da pandemia até as campanhas de imunização começarem, as mortes ocorriam predominantemente em idosos e em pessoas com comorbidades.
A situação é americana é paradoxal. O país foi um dos primeiros a iniciar a vacinação da população, mas agora se vê com sobra de vacina e aumento de mortes justamente porque não consegue ultrapassar a barreira dos que se recusam a se proteger. A questão é hoje um dos principais desafios do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Os bolsões de grupos antivacina existentes na parte sul do território americano possuem forte influência e trabalham como grupos extremamente organizados e mobilizados. Suas origens remontam ao começo do século 20, quando teve início a popularização das vacinas em todo o mundo. Alimentados por crenças sem qualquer fundamento, eles representam o maior obstáculo para que os Estados Unidos alcancem o índice desejado de cobertura vacinal, calculado em 90%.
A tragédia americana serve de alerta para todo o mundo. Hoje, ampliar a cobertura vacinal é um dos objetivos principais das autoridades de saúde e não é à toa que a Organização Mundial de Saúde conclama as nações ricas a ajudarem os países pobres com vacinas e profissionais. Sabe-se, afinal, que o controle da pandemia só poderá ser comemorado quando o mundo todo atingir índices adequados de proteção.
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse neste sábado que está se aposentando da política, um movimento surpresa que alimentou especulações de que ele poderia abrir caminho para uma candidatura de sua filha.
Sara Duterte-Carpio, prefeita de Davao, a terceira maior cidade das Filipinas, entrou com um pedido no sábado para reeleição. Ela havia dito antes que não concorreria a um cargo nacional no ano que vem.
"Hoje, anuncio minha aposentadoria da política", disse Duterte enquanto acompanhava seu aliado senador Christopher "Bong" Go, do partido governista PDP-Laban, para registrar a candidatura de Go a vice-presidente na eleição do próximo ano.
Mas analistas políticos estão céticos, observando que mudanças de última hora ainda são possíveis, como em 2015, quando Duterte entrou na corrida para as eleições presidenciais perto do fim do prazo e venceu por uma margem enorme.
Esperava-se que Duterte, de 76 anos, concorresse a um segundo mandato, plano que a maioria dos filipinos se opõe por violar o espírito da constituição, que estabelece o limite de um mandato para o presidente impedir o abuso de poder.
"Em obediência à vontade do povo, que afinal me colocou na presidência há muitos anos, agora digo aos meus compatriotas, seguirei seu desejo", disse Duterte.
Analistas dizem que é crucial para Duterte ter um sucessor leal para isolá-lo de uma possível ação legal sobre os milhares de assassinatos no Estado em sua guerra contra as drogas.
"Eu veria seu anúncio com muito cuidado", disse à Reuters Carlos Conde, pesquisador filipino da Human Rights Watch. "Mas presumindo que ele realmente se aposentará, isso não significa que não receberá a proteção que tanto deseja."
Duterte, famoso por abraçar a China e desprezar os Estados Unidos, continua popular, embora seus oponentes o acusem de ser autoritário e intolerante com a dissidência.
As autoridades mataram mais de 6.100 supostos traficantes e usuários de drogas desde que Duterte assumiu o cargo em junho de 2016. Grupos de direitos humanos dizem que a polícia executou sumariamente suspeitos, o que a polícia nega, dizendo que eles agiram em legítima defesa durante as operações.
Mais de 60 milhões de filipinos vão votar em maio para um novo presidente, vice-presidente e mais de 18 mil parlamentares e funcionários do governo local.
Observadores políticos há muito suspeitavam que Duterte poderia causar uma surpresa, como uma candidatura presidencial de sua filha no ano que vem.
Duterte-Carpio liderou pesquisas de opinião sobre candidatos em potencial, mas disse no mês passado que não seria candidata a um cargo mais alto ano porque ela e seu pai concordaram que apenas um deles concorreria a um cargo nacional em 2022.
A decisão do Duterte mais velho de não participar da corrida no próximo ano abriria seu caminho.
Os candidatos têm até sexta-feira para se inscrever, mas retiradas e substituições são permitidas até 15 de novembro.
Taiwan criticou enfaticamente a China neste sábado após Pequim lembrar a fundação da República Popular da China com a maior incursão de todos os tempos da força aérea chinesa à zona de defesa aérea da ilha.
Taiwan, uma ilha governada democraticamente e reivindicada pela China, tem reclamado há mais de um ano de repetidas missões em seus arredores pela força aérea da China, perto de ilhas controladas por Taiwan.
Caças taiwaneses encararam 38 aviões chineses, em duas ondas na sexta-feira, afirmou o Ministério da Defesa de Taiwan. Taiwan enviou aviões de combate para afastar os jatos chineses, e que sistemas de mísseis foram destacados para monitorá-los.
"A China tem desenfreadamente participado de agressões militares, prejudicando a paz regional", disse o primeiro-ministro de Taiwan, Su Tseng-chang, a repórteres neste sábado.
A primeira onda de incursões envolveu 18 jatos J-16 e quatro caças Su-30, mais dois bombardeiros H-6 com capacidade nuclear e uma nave anti-submarino. A segunda teve 10 jatos J-16, dois H-6s e um avião de alerta, disse o ministério.
O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, também fez uma declaração, tuitando que a incursão recorde garantiu que sexta "não foi um bom dia".
A China não comentou neste sábado, mas havia dito antes que esses voos eram para proteger a soberania do país e contra o conluio entre Taiwan e Estados Unidos, principal apoiador internacional da ilha.
A missão mais recente da China acontece menos de um dia depois de o governo lançar ataques verbais contra Wu, evocando palavras do líder revolucionário Mao Zedong para denunciá-lo como uma mosca estridente pelas suas tentativas de promover Taiwan internacionalmente.
A China intensificou sua pressão militar e política para tentar forçar Taiwan a aceitar a soberania chinesa.
Taiwan diz que é um país independente e defenderá sua liberdade e democracia.
O governo de esquerda do México apresentou na sexta-feira uma reforma constitucional para elevar o controle estatal do mercado de eletricidade, em um movimento para reverter a legislação de energia favorável aos negócios promulgada pelo governo anterior.
A reforma anunciada pelo presidente Andres Manuel Lopez Obrador prevê destinar à Comissão Federal de Eletricidade (CFE) mais da metade do mercado de energia e responsabilizá-la pela fixação dos termos dos geradores privados.
O projeto de lei que López Obrador encaminhou ao Congresso também reservaria a futura extração de lítio para o Estado e acabaria com os reguladores de energia, agrupando suas funções no Ministério da Energia e no CFE.
Embora Lopez Obrador tenha mencionado grande parte do conteúdo do projeto, a eliminação de reguladores independentes atraiu até críticas de alguns de seus antigos partidários.
"O desaparecimento da Comissão Nacional de Hidrocarbonetos é um retrocesso na regulamentação do setor de energia", disse Martha Barcena, ex-embaixadora de Lopez Obrador nos Estados Unidos, referindo-se ao órgão regulador do petróleo.
Lopez Obrador disse que dar ao CFE 54% do mercado de energia manteria os preços baixos para os consumidores e acabaria com o tratamento preferencial para empresas privadas, que ele argumenta ter sido excessivo.
A lei atual dá preferência para despachar a energia de menor custo para a rede, que muitas vezes é produzida por empresas privadas. Lopez Obrador passou grande parte de seu mandato tentando reformular o setor de energia em favor da CFE e da empresa estatal de petróleo e gás Petroleos Mexicanos (Pemex).
Isso ajudou a Pemex a descarregar o óleo que produz no CFE, que pode ser usado para queima em usinas de energia. Mas regras mais rígidas de teor de enxofre restringiram o mercado, representando um problema para a altamente endividada Pemex.
Além de eliminar a CNH, a lei também prevê o fim da Comissão Reguladora de Energia (CRE). Os dois foram criados anos atrás para serem reguladores de mercado imparciais.
Embora o México ainda não produza lítio, Lopez Obrador disse que oito concessões atuais para extrair o metal permaneceriam em mãos privadas se as empresas pudessem desenvolver a indústria. Bacanora Lithium, que detém concessões no norte do México, pretende começar a produção em 2023 e elevar para 35 mil toneladas de carbonato de lítio anuais.
O Movimento de Regeneração Nacional (Morena) de López Obrador e seus aliados carecem da maioria de dois terços no Congresso necessária para aprovar as mudanças constitucionais, e alguns analistas estão céticos de que ele possa alcançá-la.
O presidente falou em obter votos no Congresso do Partido Revolucionário Institucional (PRI), um grupo que fez aprovar parte da legislação que ele deseja acusou de corrupção.
Divergências sobre a vacinação contra a Covid-19 motivaram discussões em 40% das famílias com adolescentes na Itália.
É o que aponta uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos para a ONG Save The Children com jovens de 14 a 18 anos, que fazem parte do público-alvo da campanha nacional de imunização contra o novo coronavírus.
De acordo com a sondagem, quatro em cada 10 entrevistados relataram discussões familiares, "ao menos algumas vezes", sobre a importância das vacinas. Dentro desse grupo, 60% alegam que o motivo das brigas foi o fato de eles serem favoráveis à vacinação contra a Covid, enquanto os pais eram contra.
Em 70% dos casos em que houve discussões, os jovens que queriam se imunizar tiveram liberdade para fazê-lo. Os outros 30% foram proibidos de se vacinar ou precisaram insistir muito com os pais para garantir sua proteção contra a Covid.
O movimento antivacina está presente na Itália há vários anos e hoje é o principal responsável pela redução no ritmo de imunização contra o novo coronavírus no país.
Quase 80% do público-alvo (pessoas a partir de 12 anos) já está totalmente vacinado, porém cerca de 8,7 milhões de pessoas ainda não tomou sequer a primeira dose, sendo 3,1 milhões apenas na faixa etária de mais de 50 anos.
Na semana entre 6 e 12 de julho, foram aplicadas pouco mais de 4 milhões de vacinas anti-Covid na Itália, porém esse número caiu para 1,5 milhão no período entre 19 e 25 de setembro. Hoje o país tem cerca de 14 milhões de doses em estoque para serem aplicadas, de acordo com o Ministério da Saúde.
A pesquisa encomendada pela Save The Children também revelou que 64% dos adolescentes defendem a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid e que 73% confiam na ciência para combater a pandemia. Ainda assim, 59% deles acham compreensível que as pessoas tenham receio dos imunizantes.
"Esses dados confirmam a consciência e a forte responsabilidade dos jovens, não podemos continuar não os escutando", comentou Raffaela Milano, diretora dos programas para a Itália da Save The Children. (ANSA).
A vacinação de jovens, obstáculo na campanha de imunização dos Estados Unidos e da Inglaterra, é mais rápida e mais eficiente no Brasil, mostram dados oficiais analisados pelo jornal Folha de S.Paulo.
No último dia 18, o país tinha vacinado com ao menos uma dose 70% da população com 18 a 24 anos.
Já é mais que a cobertura nessa faixa etária de EUA (63%) e Inglaterra (66%), dois países pioneiros na vacinação. Enquanto o Brasil lidava com falta de doses para idosos, grupo de risco para a Covid, ambos já iniciavam a administração dos imunizantes em pessoas jovens.
Os dois países enfrentam resistência de parte da população em se vacinar --e é justamente entre os mais jovens que está a menor cobertura. Nos EUA, campanhas já chegaram a oferecer cerveja e prêmios para quem fosse tomar os imunizantes.
No Brasil não há brindes, mas a adesão do público tem permitido que a imunização alcance grande parcela da população em menos tempo, mesmo que interrupções na campanha em algumas cidades e estados sejam razoavelmente frequentes, em razão do desabastecimento de doses.
No dia 18 de junho, o Brasil tinha vacinado 10% dos jovens de 18 a 24 anos. Em 28 de agosto, 71 dias depois, a cobertura tinha chegado a 60%.
Em comparação, os Estados Unidos precisaram de 165 dias para alcançar o mesmo patamar de imunização, mais do que o dobro do tempo brasileiro. Para a Inglaterra, foram necessários 135 dias.
Especialistas apontam que o sucesso da campanha aqui está relacionado ao histórico do PNI (Programa Nacional de Imunização). Movimentos antivacina são raros e pouco expressivos no Brasil, diferentemente do que ocorre nos EUA. Ligia Kerr, epidemiologista, membro da câmara técnica do PNI e vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, afirma que o PNI e o SUS construíram, ao longo dos anos, a confiança do brasileiro na vacinação.
Também deram ao sistema de saúde a capacidade de organizar e realizar uma campanha de vacinação em todos os municípios do país, embora ela ressalte que falta coordenação nacional na campanha contra a Covid.
A abrangência colabora para a adesão grande e rápida dos jovens à vacina contra o coronavírus no Brasil, de uma forma que não acontece nos EUA, por exemplo.
"O brasileiro confia na vacina, quer ser vacinado. Tanto é que gente com muito dinheiro foi para fora para se vacinar logo quando ainda não havia vacinas suficientes no Brasil", afirma.
Ainda assim, os jovens levaram mais tempo para alcançar os 60% de cobertura do que a população com mais idade. No caso dos idosos com 70 a 79 anos, por exemplo, a proporção de vacinados saiu de 10% para 60% em menos de 20 dias.
Há várias possíveis explicações para isso, e uma delas perpassa a organização do programa de imunização. Não foi adotado um padrão nacional para a aplicação das vacinas, e coube às prefeituras decidirem o cronograma. Assim, a vacinação de jovens começou em momentos diferentes pelo país.
Enquanto São Luís vacinava pessoas de 24 anos, Palmas ainda estava na faixa dos 60 anos, por exemplo.
Isso aconteceu menos com os idosos porque o início da campanha foi razoavelmente semelhante para todos. Havia poucas doses, e foram priorizados os mais velhos. À medida que a campanha foi avançando, a desigualdade entre as faixas etárias atendidas pelas cidades cresceu.
Além disso, idosos são uma parcela menor da população, o que demanda um esquema menos robusto de organização da campanha. São 4,6 milhões os brasileiros com mais de 80 anos, ante 23,6 milhões com 18 a 24 anos.
É mais fácil, portanto, vacinar os mais velhos de forma rápida.
Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, diz que, em qualquer campanha vacinal, é esperado que haja menor adesão de jovens. É um grupo saudável, que procura pouco os serviços de saúde e precisa conciliar os horários em que os postos funcionam com trabalho e estudo.
No caso da Covid, isso se soma a uma menor sensação de risco por parte dos jovens, que são minoria entre casos graves e mortes pela doença. Entre os internados, os que têm 18 a 24 anos não chegam a 3%.
Flávia diz também que pesquisas nos EUA apontam que, quando se fala na população mais jovem, há uma grande quantidade de pessoas que adiam a vacinação por desinteresse, não por serem convictamente antivacina.
"A maior parcela é de jovens hesitantes, não radicalmente contra. A realidade é que eles estão levando a vida, não estão se preocupando com isso. Há sobretudo um desconhecimento do papel na vacinação, não conseguem se mobilizar enquanto cidadãos fazendo parte de uma campanha coletiva. Mas você consegue convencê-los com boa comunicação sobre vacina", diz.
Ligia Kerr, por sua vez, lembra que, ainda que os jovens sejam minoria entre os hospitalizados, não estão a salvo de ter complicações da Covid. Além disso, existe um papel coletivo na imunização.
"A Covid pode matar qualquer pessoa, mesmo sem fatores de risco. Também precisamos pensar que, quando a gente se vacina, não protege só a nós mesmos, protege também quem está ao redor", diz.
Mais um corpo foi encontrado na área de buscas da tragédia de Brumadinho na manhã deste sábado (2). A informação foi confirmada pelo major Ivan Neto, que comanda a operação neste fim de semana.
A barragem da mina do Córrego do Feijão, da Vale, rompeu-se no dia 25 de janeiro de 2019. Em 2 anos e oito meses de buscas, 261 vítimas foram identificadas, mas nove seguem desaparecidas.
Segundo o major, o corpo encontrado neste sábado está com a estrutura óssea bastante preservada. Mas somente a perícia da Polícia Civil vai poder determinar se trata-se de uma das nove vítimas desaparecidas da tragédia da Vale. Por volta das 13h, os peritos estavam a caminho da área de buscas.
A localização foi feita por volta das 11h, próximo ao local onde os militares encontraram o corpo de Juliana Creizimar de Resende Silva, última vítima identificada, no fim de agosto.
O major disse que a equipe espera que esta nova localização possa trazer alento a parentes dos desaparecidos, que são chamados de "joias".
“A nossa equipe ficou extremamente satisfeita. Para nós é uma honra poder fazer parte do encontro porque temos esperança de trazer alívio para uma família”, disse.
As seguintes vítimas ainda não foram identificadas:
ANGELITA CRISTIANE FREITAS DE ASSIS
CRISTIANE ANTUNES CAMPOS
LECILDA DE OLIVEIRA
LUIS FELIPE ALVES
MARIA DE LURDES DA COSTA BUENO
NATHALIA DE OLIVEIRA PORTO ARAUJO
OLIMPIO GOMES PINTO
TIAGO TADEU MENDES DA SILVA
UBERLANDIO ANTONIO DA SILVA
A última vítima identificada foi localizada no fim de agosto na região do Remanso 1, do lado direito, próximo à comunidade de Córrego do Feijão.
Juliana Resende, que era analista operacional da Vale, tinha 33 anos. Ela era casada com Dennis Silva, que também perdeu a vida no rompimento da barragem.
O corpo de Juliana foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros após 942 dias de buscas.
Ela e o marido deixaram filhos gêmeos, que tinham apenas 10 meses na época do desastre e hoje vivem sob os cuidados dos avós e da tia.
A família de Juliana representa a luta incansável dos parentes das vítimas para que os corpos de todas as 270 pessoas que perderam a vida na tragédia sejam localizados.
O Sistema Cantareira entrou em faixa de restrição neste sábado (2), operando com 29,9% do volume de sua capacidade. É o menor volume registrado pelo menos desde março de 2016, quando o sistema registrou 30,2%.
O reservatório entra em faixa de restrição quando chega a um volume útil acumulado igual ou maior que 20% e menor que 30%, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Para ser considerado normal, o volume do manancial tem de estar com pelo menos 60% de sua capacidade.
Na prática, a mudança de faixa de alerta para o de restrição diminui a quantidade de água que Sabesp pode retirar do reservatório desde que ele esteja com volume menor que 30% no último dia do mês. Como no dia 30 o Cantareira tinha 30,4%, em outubro vale estado de alerta. A Sabesp, porém, já tem retirado 23 m³/s de água do manancial, que é a quantidade de água autorizada na faixa de restrição.
A falta de chuvas acelerou a chegada dessa fase. Pela previsão do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Cantareira atingiria o patamar de 30% de sua capacidade somente no final deste ano.
Considerado o maior reservatório de água da região metropolitana, o Cantareira abastece cerca de 7,2 milhões de pessoas por dia. Mas não é só o Cantareira que está com pouca água.
Somados, os reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo têm neste sábado (2) 37,8% de volume de água. Esse número é 21% menor do que o volume armazenado em 2013, ano que antecedeu a crise hídrica na região metropolitana de São Paulo .
Depois da fase de alerta, a próxima é chamada de fase especial, quando o sistema tem volume útil menor que 20%. Em julho de 2014, quando houve a crise hídrica, o Sistema Cantareira chegou a zero. Abaixo dele, havia o volume morto, que não foi projetado, originalmente, para uso.
Trata-se de uma reserva com 480 bilhões de litros de água situada abaixo das comportas das represas do Cantareira. A Sabesp passou a operar bombeando água do volume morto. Até então, essa água nunca tinha sido usada para atender a população.
Para especialistas sobre o tema, a mudança de faixa é importante para a população se conscientizar de que os riscos de falta de água estão maiores, já que, na prática, isso não deve impactar no trabalho da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), pelo menos por enquanto.
De acordo com a outorga, a mudança de fase de alerta (igual ou maior que 30%) para a fase de restrição (igual ou maior que 20%) diminui a quantidade de água que a Sabesp tem permissão da Agência Nacional de Águas (ANA) para retirar do manancial.
A mudança, entretanto, só acontece se o volume igual ou menor do que 20% for registrado no último dia de cada mês. Se isso acontecer, o limite máximo de retirada do reservatório no mês seguinte passa de 27 m³/s para 23 m³/s. Dessa forma, de acordo com a ANA, "a faixa de operação do Sistema Cantareira a ser considerada para fins de definição das vazões a serem praticadas, no mês de outubro de 2021, será a Faixa 3 – Alerta."
A Sabesp, porém, informou que já tem retirado os 23 m³/s da fase de restrição, o que é possível graças à integração com os demais sistemas. O Cantareira faz parte do chamado Sistema Integrado, composto ainda por outros seis mananciais: Alto Tietê, Cotia, Guarapiranga, Rio Claro, Rio Grande e São Lourenço. Esse sistema permite transferências de água entre regiões, conforme a necessidade operacional.
Porém, isso não garante que haverá água suficiente para abastecimento da população nos próximos meses. Em comparação a 2013, ano pré-crise hídrica na região metropolitana de São Paulo, a Sabesp tem retirado mais água do que entra sistema, como mostram os gráficos a seguir, feitos com dados da Sabesp e análise de Pedro Côrtes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP):
Os gráficos comparam quanta água entrou e saiu do Sistema Cantareira de janeiro a setembro dos anos de 2013 e 2021. Em azul é o quanto estava entrando de água (volume afluente). Em vermelho, o quanto foi retirado de água (volume defluente). Se compararmos 2013 (primeiro gráfico) com 2021 (segundo gráfico), fica claro que entra muito menos água este ano, apesar da retirada de água se manter parecida nos dois anos.
A comparação com 2013 ajuda a entender a gravidade da situação atual. Se em 2013 tínhamos mais água disponível e houve crise de abastecimento nos dois anos seguintes, a situação atual aponta para uma provável falta de água nas casas da Grande São Paulo no ano que vem, de acordo com Côrtes.
Em nota, a Sabesp disse que "não há risco de desabastecimento neste momento, mas a Companhia reforça a necessidade do uso consciente da água."
"A projeção para a região metropolitana de São Paulo aponta níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada. Importante destacar que a queda no nível das represas é normal nesta época do ano devido ao período de estiagem e ao volume baixo de chuvas."
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), a situação atual não surpreende, mas o governo estadual tem deixado de tomar as medidas necessárias.
Para Faggian, as obras que a Sabesp fez desde 2014 são o que garantem que a população ainda esteja sendo abastecida com água de qualidade, apesar do baixo volume dos mananciais.
A Sabesp esclarece que a situação atual não prevê alteração na operação do Sistema Cantareira. Conforme as regras da outorga, válidas exclusivamente para esse sistema, quando o nível registrado no último dia do mês for inferior a 30%, o limite máximo de retirada do reservatório no mês seguinte passa de 27 m³/s para 23 m³/s. Nesta quinta, último dia de setembro, o Cantareira atingiu 30,4%, não havendo alteração no limite máximo de retirada permitido em outubro.
A Sabesp esclarece que a retirada atual tem sido de 23 m³/s, inferior ao limite máximo, o que é possível graças à integração com os demais sistemas. O Cantareira é um dos sistemas que abastecem a RMSP, dentro de um Sistema Integrado composto ainda por outros seis mananciais: Alto Tietê, Cotia, Guarapiranga, Rio Claro, Rio Grande e São Lourenço.
Esse sistema permite transferências de água entre regiões, conforme a necessidade operacional. Nesta quinta (30/9), o Sistema Integrado opera com 38,3% da capacidade, nível similar, por exemplo, aos 40,6% de 2018, quando não houve problemas no abastecimento.
Não há risco de desabastecimento neste momento, mas a Companhia reforça a necessidade do uso consciente da água. A projeção para a RMSP aponta níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada. Importante destacar que a queda no nível das represas é normal nesta época do ano devido ao período de estiagem e ao volume baixo de chuvas.
A Sabesp vem realizando nos últimos anos ações que dão mais segurança hídrica, como a ampliação da infraestrutura, integração e transferência entre sistemas, além de campanhas para o consumo consciente. Destaque para a Interligação Jaguari-Atibainha (que traz água da bacia do Rio Paraíba do Sul para o Cantareira) e o novo Sistema São Lourenço, ambos entregues em 2018.
A capacidade de transferência de água tratada entre os diversos sistemas de abastecimento foi quadruplicada em relação ao período anterior à crise hídrica de 2014/15, passando de 3 mil litros/segundo em 2013 para 12 mil l/s em 2021. Ao mesmo tempo, a capacidade de reservação de água tratada saltou de 1,7 bilhão de litros em 2013 para 2,2 bilhões de litros em 2021.
Doze pessoas morreram e 17 ficaram feridas em um grave acidente na BR-101, na altura da cidade de Eunápolis, no sul da Bahia, na noite de quarta-feira, 29. O acidente envolveu um caminhão que carregava eucalipto, um ônibus e uma van. O trecho ficou bloqueado até a manhã desta quinta-feira, 30.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre as vítimas estão os motoristas do ônibus e da van e uma criança. Já o motorista do caminhão fugiu do local sem prestar socorro.
Seis dos feridos estão em estado grave. As vítimas foram encaminhadas para hospitais de Eunápolis e Porto Seguro.
Ainda de acordo com a PRF, o caminhão envolvido no acidente ia em direção a Itabuna quando, em uma curva, a última carroceria do veículo tombou e se soltou do veículo.
As toras de eucalipto atingiram o ônibus e a van que estavam no sentido contrário da pista. O ônibus fazia a linha Itacaré/Porto Seguro, e a van ia para a cidade de Itabuna.
Comentários
Postar um comentário